As precipitações da Quadra Chuvosa de 2023 ficaram dentro da média no Ceará, conforme divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O observado foi de 643,3 milímetros, o melhor resultado desde 2020. Os destaques foram apresentados em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (1º), no Palácio da Abolição.
A proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), especialmente na segunda quinzena de março, contribuiu para a ocorrência de chuvas mais intensas e bem distribuídas em todo o território cearense.
Em fevereiro, as chuvas no estado ficaram próximas à média esperada, totalizando um volume acumulado de 114,8 mm. No entanto, março se destacou como o mês mais chuvoso, registrando um desvio positivo de 47,6% em relação à média climatológica. Nesse período, foram acumulados 300,3 mm de precipitação, o melhor resultado dos últimos 15 anos.
No mês de abril, conforme dados da Funceme, a precipitação média no Ceará foi de 182,3 mm, mantendo-se em torno da média climatológica. Já em maio, devido ao afastamento da ZCIT, a quantidade de chuvas diminuiu significativamente, resultando em um acumulado de 45,9 mm. Esse valor representa um desvio negativo de -49,3% em relação à média mensal climatológica de 90,6 mm no estado.
Prognósticos da quadra chuvosa no Ceará em 2023
Os prognósticos trimestrais divulgados no início do ano indicavam diferentes probabilidades para as categorias de chuva. Em janeiro, havia 10% de probabilidade abaixo da normal, 40% de probabilidade em torno da normal e 50% de probabilidade acima da normal para o trimestre fevereiro, março e abril. Já em fevereiro, os prognósticos indicaram 20% de probabilidade abaixo da normal, 40% em torno da normal e 40% acima da normal para o trimestre março, abril e maio. Os dados observados mostraram-se em consonância com essas previsões, conforme apresentado no quadro comparativo.
No que diz respeito à distribuição temporal das chuvas, fevereiro registrou um volume acumulado próximo à normal, com 114,8 mm. O mês de março destacou-se como o mais chuvoso, com um desvio positivo de 47,6% em relação à média climatológica e um volume acumulado de 300,3 mm. Em abril, a precipitação média no estado foi de 182,3 mm, aproximadamente dentro da média esperada. No entanto, em maio, devido ao afastamento da ZCIT, a precipitação acumulada foi de 45,9 mm, apresentando um desvio negativo de -49,3% em relação à média mensal climatológica de 90,6 mm no Ceará.
Analisando as condições oceânicas, foi observado que o oceano Pacífico equatorial apresentou uma Temperatura da Superfície do Mar (TSM) acima da média, especialmente na porção leste da bacia. O índice ONI (Oceanic Niño Index) para o período de fevereiro, março e abril (FMA) de 2023 foi de -0,2 °C, indicando uma situação neutra para o fenômeno El Niño. Já no oceano Atlântico tropical, foram observadas anomalias positivas de TSM em toda a bacia, com indícios de que esse padrão se mantenha no trimestre de junho, julho e agosto (JJA). O dipolo do Atlântico tropical mostrou um valor próximo à neutralidade (+0,3%).
Os modelos de previsão de TSM processados em maio indicam uma probabilidade em torno de 85% de condições de El Niño no Pacífico equatorial central para o trimestre de JJA. Existe também uma tendência de que esse aquecimento se mantenha durante o segundo semestre de 2023. No entanto, é importante destacar que essas condições e tendências não afetarão as precipitações deste ano, uma vez que o principal período de chuvas no Ceará encerra-se em maio.
Fonte: https://gcmais.com.br/
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