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Previstos US$ 10,5 bi para refinaria Premium II até 2022

Montante foi estimado por estudo que segue até amanhã em consulta pública no Ministério de Minas e Energia

Um montante de recursos da ordem de US$ 91,2 bilhões é previsto pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para investimentos em refino no Brasil até o ano de 2022. O valor inclui ampliações nas refinarias já existentes no País e a construção das novas plantas programadas pela Petrobras, entre estas a Premium II, no Ceará, que contaria com US$ 10,5 bilhões deste total. Os dados, presentes no Plano Nacional de Expansão de Energia (PDE 2022), consideram que, nesse período, a Petrobras e seus eventuais parceiros serão os únicos investidores em novas unidades ou refinarias no Brasil. O estudo permanece em consulta pública no Ministério de Minas e Energia (MME) até amanhã, dia 10.

De acordo com a projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Premium II está programada para operar em dezembro de 2017 FOTO: KLEBER GONÇALVES

“Pressionado internamente pelo crescimento da demanda de derivados, em particular de óleo diesel, e por exigências cada vez mais rigorosas em termos de qualidade dos derivados, o setor brasileiro de refino tem sido compelido a investir, não só em unidades de conversão e tratamento, para adequar a produção à demanda interna e às novas especificações, como em novas refinarias”, analisa o estudo.

Parque de refino

Atualmente, o parque nacional de refino é formado por 12 refinarias da Petrobras e três privadas, que, somadas, têm capacidade nominal instalada de processamento de petróleo da ordem de 330 mil metros cúbicos por dia, equivalentes a cerca de 2 milhões de barris diários. De acordo com o estudo da EPE, as novas refinarias transformarão o perfil brasileiro no comércio exterior de derivados de petróleo. “O País mantém-se como importador líquido de derivados até 2017, havendo, todavia, excedentes expressivos de óleo combustível no mesmo período.

A partir de 2018, com a operação plena do 1º trem da Refinaria Premium I e da Refinaria Premium II e com a entrada do 2º trem do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), o País passa a ser exportador líquido de derivados, exportando todos os principais derivados, à exceção da gasolina e do coque, que permanecem com perfil importador até o fim do período”.

PAC

De acordo com as projeções do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, a primeira nova refinaria a ser instalada é a Abreu e Lima, em Pernambuco, com início da operação de sua primeira fase em novembro de 2014 e da segunda em maio de 2015. Já o primeiro módulo do Comperj deve operar em abril de 2015 e o segundo em janeiro de 2018.

Operação

A Premium I, no Maranhão, terá, conforme os atuais planos, sua operação inicial em outubro de 2017, com a planta duplicada em outubro de 2020.

Já a cearense Premium II está programada para operar em dezembro de 2017. O estudo alerta também para os processos tecnológicos a serem adotados por estas novas unidades: “para atender satisfatoriamente à demanda, o parque nacional de refino deverá utilizar processos mais sofisticados de conversão e tratamento, focando a produção em destilados, principalmente para consumo interno”. Com dificuldades financeiras para tocar sozinha todos os seus projetos, a Petrobras vem buscando parceiros internacionais para a construção das suas refinarias Premium, contudo, até o momento, não informou sobre nenhum avanço nessas tratativas. Em sua última declaração sobre o assunto, em setembro passado, a presidente da empresa, Graça Foster, afirmou que vem negociando com a chinesa Sinopec para ambos os projetos. Ela também afirmou que as obras civis das duas refinarias serão licitadas até abril de 2014.

Reunião da bancada

No próximo dia 18, no Rio de Janeiro, a bancada federal cearense irá se reunir com a presidente da Petrobras com o objetivo de discutir os prazos de instalação da refinaria no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, segundo informado ontem pelo líder do PT na Câmara Federal, José Nobre Guimarães, em entrevista a rádio local.

Declaração de Ciro

Secretário de Estado e irmão do governador do Ceará, Ciro Gomes não estaria tão otimista em relação à concretização das refinarias Premium no Ceará e no Maranhão e teria afirmado, esta semana, que a “Petrobras está só enrolando” os cearenses e maranhenses. A afirmação foi publicada por jornais daquele Estado, onde Ciro teria se pronunciado sobre o assunto durante a palestra “Economia brasileira, momento atual e perspectivas para o comércio”, que proferiu na terça-feira em São Luís.

Informações do Jornal Pequeno, de São Luís, apontam que Ciro afirmara que a estatal estaria descapitalizada para tocar os projetos e que não estaria aceitando parceria das empresas internacionais interessadas em assumi-los. Ele teria reforçado que a empresa continua vendendo óleo bruto e comprando produtos refinados, como já aponta o estudo da EPE. Ele teria destacado que, nos dois terrenos onde deverão ser instalados os empreendimentos, no Maranhão e no Ceará, não existem sequer fundações. Reforçando as críticas, ele teria dito que, no ano que vem, será notada alguma movimentação, porque, “afinal de contas, é ano de eleição”.

SÉRGIO DE SOUSA
REPÓRTER

Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz