Sob gritos de protesto e ovadas, o prefeito afastado do município de Ipu, Sávio Pontes (PMDB), voltou ao cargo na manhã de ontem, após três meses longe do Executivo municipal ipuense. Acusado de participar de esquema de desvio de verbas que seriam destinadas à construção de kits sanitários no Ceará, o peemedebista retornou à Cidade após decisão judicial anunciada na última terça-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até então, quem ocupava a chefia do Executivo ipuense era o vice-prefeito, Luiz de Gonzaga Timbó. (PMDB)
“A decisão foi sobre o mérito do habeas corpus. A Justiça viu que não havia elementos que justificassem a prisão ou o afastamento do prefeito”, comemorava o advogado de Sávio, Flávio Jacinto. O sentimento de satisfação, porém, não se estendeu à população do município localizado na Região Norte. Quando desembarcou na Cidade para tomar posse novamente, Sávio Pontes foi recepcionado com arremessos de ovos por parte de grupo de moradores que se aglomerou em frente à Câmara Municipal e ao Fórum da Cidade.
“Era ‘pra lá’ de mil pessoas. A população inteira se juntou contra o prefeito”, contou ao O POVO o secretário da Delegacia Municipal de Ipu, Paulo César. Segundo ele, duas mulheres que estariam à frente do movimento tiveram de ser encaminhadas à delegacia, e prestaram depoimento durante a tarde de ontem.
Para dar apoio ao prefeito, aparato com 12 viaturas da Polícia Militar e um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) foi deslocado à cidade ainda na manhã de ontem. “Com a escolta que foi formada, o prefeito não sofreu nada”, relatou o funcionário da delegacia.
Acusações
O sentimento de indignação da população ipuense é justificado pela acusação do Ministério Público Estadual de que Sávio integrou esquema de desvio de R$ 3 milhões em projetos de construção de kits sanitários, no chamado “Escândalo dos Banheiros”.
Durante as investigações do MP, o prefeito chegou a ser preso em junho, depois de passar seis dias sendo procurado pela Polícia. Após se entregar, Sávio teria deixado sua cela no quartel do Corpo de Bombeiros e se internado no Hospital Prontocárdio, por conta de problemas de pressão. Além da prisão, ele já havia sido afastado três vezes do cargo.
Sávio Pontes encerra o mandato em 1° de janeiro, quando entrega o cargo a seu adversário Sérgio Rufino (PCdoB), eleito em outubro.
Do O Povo
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