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Polícia prende trio por golpe da mensagem premiada

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Três integrantes de uma quadrilha de estelionatários com atuação interestadual foram presos, na tarde de ontem, por policiais da equipe Alfa da Polícia Civil do município de Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza, (RMF), durante a operação ‘Mensagem Premiada’. A quadrilha aplicava golpes enviando mensagens de celular informando que as vítimas teriam ganho um prêmio em dinheiro. Para que o suposto prêmio fosse entregue, as pessoas eram orientadas a realizarem depósitos.

Conforme as investigações da Polícia, o golpe era aplicado por detentos do sistema prisional, mais precisamente, por internos recolhidos em Casas de Privação Provisórias de Liberdade (CPPLs) do Estado. A operação foi montada após o desdobramentos da investigação realizada por inspetores da Delegacia Metropolitana de Horizonte, comandada pelo delegado Kim Barreto.

 

Há cerca de dois anos, a Delegacia recebia cartas precatórias de outros estados solicitando investigações sobre os golpes, pois as contas em que o dinheiro era depositado pelas vítimas constavam o endereço de Horizonte e, simultaneamente a isso, a Delegacia passou a receber inúmeros Boletins de Ocorrências (B.O.S) de pessoas que, supostamente, teriam perdido seus cartões bancários. Além do Ceará, o grupo fez vítimas em São Paulo, Minas Gerais e também no Rio Grande do Sul.

Cartões

Segundo o inspetor Fabrício, o aumento do número de B.O.S em relação à perda de cartões se justificava pelo fato de que estas pessoas teriam vendido suas contas para os suspeitos. Conforme as investigações, as contas eram repassadas para serem usadas nos golpes após o pagamento de valores iniciais de R$50,00 para os correntistas. Ao longo deste período, de acordo com a Polícia, mais de 160 contas foram abertas nos municípios de Horizonte e Pacajus. Os titulares das contas usadas nas fraudes também serão investigados.

Os três suspeitos de integrarem a quadrilha foram presos mediante mandado de busca e apreensão nos bairros Diadema, Planalto e Área Verde, em Horizonte. Eles foram identificados como Francisco Pereira Vieira, 23, Rafael de Sousa Silva, 31 e a companheira dele, Daniele Paula da Silva Pereira, 26.

Nenhum dos suspeitos tinha antecedentes criminais. Conforme o policial civil Fabrício, nas residências vistoriadas a Polícia se deparou com mais de 160 comprovantes de depósitos, cartões de contas correntes (contas em que o dinheiro dos golpes eram depositados), 12 celulares e computadores.

Os três foram autuados por estelionato e associação para o crime. Segundo os investigadores, o golpe se dava da seguinte maneira: a vítima recebia uma mensagem no celular informando que ela teria ganho uma promoção de uma grande loja de móveis e eletrodomésticos. O prêmio seria uma quantia no valor de R$30 mil, mas o ganhador precisaria ligar para um número confirmando seus dados. Ao ligar, a vítima respondia algumas perguntas e era obrigada a depositar uma quantia de 20% do total do prêmio ou um valor inferior para cobrir os encargos da transação e supostas taxas informadas pelo golpista. As pessoas não desconfiavam de que se tratava de uma fraude e realizavam depósito nos valores indicados.

Conforme a Polícia, após a prisão dos três envolvidos, as investigações terão continuidade com o objetivo de localizar outros suspeitos e identificar os titulares das contas bancárias que contribuíram para os golpes. A Polícia Civil também deve identificar os presos responsáveis por enviar as mensagens e fazer as ligações de dentro dos presídios.

Dicas

Em matéria publicada pelo Diário do Nordeste, no último dia 7, dicas de como evitar cair neste tipo de golpes foram dadas pelo titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) Jaime Paula Pessoa Linhares. “Não acredite nas informações, desconfie sempre. Não faça depósitos, não forneça dados. Se for preciso, perca um pouco mais de tempo em uma agência bancária para confirmar algo. Controle a ansiedade. E procure a Polícia. Quanto antes tivermos a par das informações, mais rápido poderemos localizar os criminosos”, disse o delegado.

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz