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Pedágio da ponte da Barra do Ceará chega ao fim neste domingo

A partir de agora, o local ficará sob a responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura

Por mais de 15 anos, a população tanto de Caucaia quanto da Capital conviveu com as vantagens e desvantagens da implementação da ponte José Martins Rodrigues sobre o Rio Ceará e de seu pedágio, alvo de muit – a polêmica e suspenso, definitivamente, a partir deste domingo, dia 31.

Nos próximos dias, AMC e PRE estarão orientando motoristas no local; Seinf está elaborando projeto para garantir fluidez ao tráfego FOTO: MARÍLIA CAMELO

Quatro anos. Este foi o tempo de espera para a construção da ponte, desde o anúncio, em outubro de 1993, pelo então vice-prefeito de Fortaleza, Marcelo Teixeira, até a inauguração do equipamento, finalmente concluído pelo prefeito Juraci Magalhães, em 11 de outubro de 1997.

A dona de casa Joana D´arc Alves, 39 anos, é testemunha desta história e, na sua avaliação, observou mais pontos positivos do que negativos. Ela mora no Parque Leblon, em Caucaia, e conta que antes de se implementar o pedágio a população reclamava muito por acreditar que, com a cobrança o fluxo no comércio local diminuiria, “e, de fato, diminuiu um pouco. Mas, por outro lado, tivemos uma maior segurança no ir e vir de um lado para o outro da pista, já que antes era quase impossível fazer esta travessia devido à velocidade dos carros”.

Mãe de duas crianças em idade escolar, uma de 8 e outra de 11 anos, diariamente, ela sofria para levar os filhos para escola. “Era sempre um sofrimento, pois os carros não paravam, mas depois com os fiscais, que trabalham no pedágio, eles nos ajudam, param os carros e nós conseguimos fazer a travessia”.

Dificuldades

O aposentado Roberto Batista de Morais, 62 anos, também guarda na memória as mesmas lembranças de Joana, ou seja, a dificuldade de ir e vir de um lado para o outro da pista. “Sou idoso e já tenho uma dificuldade de locomoção, antes passava muito tempo para fazer esta travessia, agora é mais simples e seguro, devido à ajuda dos fiscais do pedágio”, ressaltou.

A insegurança não paira somente na questão do trânsito, mas também no que se refere à marginalidade. A população que mora no entorno teme que as cabines de pedágio virem pontos de usuários de drogas e possíveis locais de assaltos.

“É claro que não vão retirar essas cabines agora, enquanto isso ficam aí e os marginais podem usufruir disso. A região já não é tão segura, acredito que assim favorece a marginalidade. Por isso acredito que seja necessário um posto da Polícia aqui nas imediações”, alerta a dona de casa Lúcia Alves Pereira, 53 anos. E assim seguem as impressões dos cidadãos que utilizam tanto a ponte quanto os que moram ao redor dela.

Sobre a manutenção do equipamento, que levou dois anos para ser construída e custou, aproximadamente, R$ 17 milhões aos cofres públicos, ficará a cargo do município de Fortaleza. Pelo menos é o que garante a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf).

O órgão informou também que nesse primeiro momento, estarão liberadas para o tráfego de veículos as duas primeiras faixas da direita de cada sentido da via, onde está instalado o pedágio. A partir da noite do próximo sábado, equipes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviço Público e Cidadania de Fortaleza (AMC) e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) estarão no local para auxiliar os motoristas.

A Seinf esclarece ainda que está elaborando projeto viário com para garantir fluidez ao tráfego de veículos no trecho que compreende o limite entre os municípios de Fortaleza e Caucaia. A Prefeitura da Capital reitera o compromisso de promover a mobilidade urbana como caminho para a melhoria da qualidade de vida do fortalezense.

Quanto aos temores de um possível aumento da insegurança naquela área em virtude da mudança, o relações públicas da Polícia Militar do Ceará, tenente coronel Fernando Albano, ressaltou não acreditar que isso venha ocorrer. “Já o policiamento ali vai ficar como está”, frisou, explicando que “a cobertura na região é feita por viaturas da Ronda do Quarteirão e do Polimento Ostensivo Geral (POG) diuturnamente”. Segundo ele, via de regra o patrulhamento motorizado se apresenta mais ágil do que em um posto fixo.

FIQUE POR DENTRO

Equipamento gerou polêmicas dos dois lados

A construção da ponte sobre Rio Ceará causou polêmica e acusações de irregularidades, como, por exemplo, valor do pedágio e qual o percentual dele seria destinado a Caucaia, que fica do lado onde estão instaladas as cancelas, e qual o valor para a Prefeitura de Fortaleza, que desembolsou dos cofres públicos R$ 17 milhões para a obra.

Para viabilizar as intervenções, foram desapropriados 120 imóveis na cidade de Fortaleza e outros 50 do lado do município de Caucaia. A ponte José Martins Rodrigues tem uma extensão de 633,75 metros e um largura de 20,2 metros. Ela liga a faixa litorânea de Fortaleza às praias do litoral oeste.

Em junho de 1997, o então ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, garantiu verba de R$ 3 milhões para a urbanização das imediações da ponte. Depois disso, no mês de agosto, com a obra concluída, foi liberada a passagem para pedestres.

THAYS LAVOR
REPÓRTER

DO Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz