Sem definir prazos ou detalhes para a instalação da refinaria Premium II em São Gonçalo, o gerente executivo do empreendimento no Ceará, Raimundo Lutif, garante que o cronograma está sendo cumprido. A afirmação foi feita durante o encontro para debater propostas da Agenda Estratégica para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), lançada ontem, na Assembleia Legislativa.
“Nós participamos da elaboração desse projeto (Agenda Estratégica). Cabe ao próximo Governo implementar (a refinaria)”. A presidente Dilma Rousseff já havia reiterado em novembro o compromisso de instalar a refinaria Premuim II no município, defendendo que não haverá novos adiamentos para a implantação do empreendimento.
Novas indústrias
Durante o lançamento, a Prefeitura de São Gonçalo do Amarante informou que está viabilizando a instalação de três novas indústrias no município, além das 17 que também já foram atraídas, todas elas com instalações em territórios além do Cipp.
São elas a paulista Sunto Artefactos Metálicos (produção de estruturas metálicas), a portuguesa Galtrailer (produção de implementos rodoviários), e a italiana SG (produção de pré-moldados), cujos protocolos ainda não foram assinados. A informação foi dada pelo Secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Victor Samuel.
“São Gonçalo é um município onde as coisas estão acontecendo rapidamente e a gestão tem de dar resposta com rapidez. Então, esse é o nosso desafio, fazer com que os benefícios, as empresas não se instalem só dentro do Complexo Industrial e portuário”, acrescenta o prefeito do município, Cláudio Pinho.
Propostas
Dentre as propostas debatidas na Agenda Estratégica, ontem, na Assembleia Legislativa, está o desenvolvimento de uma gestão compartilhada do Cipp, que envolva as esferas de poder público municipal, estadual e federal, além do setor privado, a sociedade civil e a academia.
O documento foi elaborado conjuntamente de forma direta e indireta pelos diversos segmentos públicos e privados da sociedade, sob a coordenação do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia.
A publicação da Agenda faz parte da conclusão de um conjunto de três documentos, elaborados desde 2012. O novo texto inclui ações estratégicas baseadas em sete desafios para potencializar os efeitos benéficos de desenvolvimento do CIPP e minimizar os impactos maléficos.
Desafios
Dentre as propostas estão a elaboração e implantação de um plano de gestão ambiental integrado e participativo, que assegure a sustentabilidade do Cipp e do seu entorno; adequação das políticas sociais à dinâmica populacional da área do Complexo Portuário e do entorno; implantação e complementação da infraestrutura básica de toda a área de influência do Cipp e ainda, o desenvolvimento de políticas de atração, fixação e fortalecimento de cadeias produtivas no Estado, que sejam complementares ao Complexo.
Os focos estratégicos também incluem o ajuste do descompasso entre oferta e demanda de mão de obra, bens e serviços; a integração entre o planejamento dos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia e o Cipp; e o aperfeiçoamento do atual sistema de gestão do Complexo, considerado o primordial dentre todos os desafios. O deputado Lula Morais (PC do B), presidente do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia foi o responsável pela publicação da Agenda.
Reformular a gestão
“Tem que haver uma gestão compartilhada dos empresários que lá estão, do poder público municipal, estadual e federal, da sociedade, enfim, do conjunto dos elementos e dos atores sociais que estão envolvidos. Então, nós propusemos uma sugestão de gestão que contemple isso”, explica o parlamentar.
Políticas públicas
O secretário executivo do Conselho, Francisco Viana, destaca que o documento inclui o desafio das prefeituras de São Gonçalo do Amarante e Caucaia no desenvolvimento de políticas públicas que deem conta do adensamento populacional impactado pelo desenvolvimento do Cipp.
“Nós estamos com 12 mil pessoas trabalhando só na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e nós vamos chegar a ter 30 mil. Há a necessidade de desenvolver políticas públicas, voltadas para educação, saúde, e as prefeituras são importantíssimas, pois vão receber o ônus, se elas não se prepararem para essa população flutuante, de expansão definitiva”, destacou Francisco Viana.
Fonte: Diário do Nordeste
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