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Operação em Trairi: Oito presos por desvio de verbas

Justiça decretou a prisão de 16 gestores públicos, advogados e empresário por fraudes em licitações públicas.

Vinte milhões de reais. Este é o valor calculado pelo Ministério Público Estadual de um golpe que teria sido aplicado pela Prefeitura de Trairi, no litoral Oeste do Estado (124Km de Fortaleza), contra os cofres municipais, através do desvio de verbas e fraudes em licitações. E foi por conta desta constatação que, na manhã de ontem, uma operação policial prendeu oito pessoas naquela cidade.
São todos gestores públicos ou ex-gestores e empresários. Outros oito acusados ainda estão foragidos.Alguns dos acusados presos ontem, durante a operação em Trairi, foram trazidos para Capital e estão recolhidos nas celas da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), depois de terem prestado depoimento ao Ministério Público FOTO: ADRIANA PIMENTEL

Os 16 mandados de prisão temporária e outros 25 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça e distribuídos a uma força-tarefa montada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em conjunto com o Ministério Público.

Policiais civis e militares, delegados e agentes das coordenadorias de Inteligência (Coin) e de Operações Policiais (Copol) amanheceram a quarta-feira na porta dos 16 acusados. Mas oito não foram encontrados. Além da fraude, o grupo é acusado também de formação de quadrilha, falsidade ideológica e condescendência criminosa.

Acusados

Até a noite passada, já estavam presos os seguintes acusados do golpe, Germana da Paixão Oliveira (secretária da Ação Social), Vinícius Barbosa Damasceno (procurador-geral do Município), Evaldo Luís Antunes (membro da Comissão de Licitação), Gabriela Maria Chaves Souto (Licitação), José Ademar Barroso (empresário), Caroline Gondim Lima (procuradora jurídica), José Eloísio Maramaldo Filho (ex-procurador autárquico) e Guilherme de Araripe Nogueira (também procurador jurídico).

Os foragidos são, José Evandro Cunha (secretário de Saúde), Maria das Graças Barbosa Damasceno (secretária de Educação), José Aírton Ribeiro (secretário de Finanças), Euclides Andrade de Castro (ex-secretário de Finanças), Márcio Alves Ribeiro (vereador e ex-secretário de Cultura), Manoel Carlos Oliveira (ex-membro da Licitação), Alexandre Pires de Sousa (ex-membro da Licitação), e Nelio Lúcio Ferraz Passos (ex-servidor da Prefeitura).

Operação

A ação em Trairi se estendeu, ainda, por Fortaleza e na cidade do Eusébio (Região Metropolitana), onde delegados, inspetores e escrivães da Polícia Civil, apoiados pelos agentes da Coin e Copol, e policiais militares de várias unidades da PM, cumpriram mandados de prisão. Também foram revistados vários endereços dos acusados. A busca era por documentos e computadores, além de outros meios de provas, para a comprovação de outros ilícitos que, por ventura, foram praticados pelos acusados no esquema fraudulento de desvio de verbas públicas.

As investigações em torno do caso já duravam meses e vinham sendo chefiadas pela Procuradoria de Combate aos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), órgão do Ministério Público Estadual (MPE), com diligências feitas pela Polícia Civil na coleta de provas. O MPE não deu entrevista sobre o fato, apenas uma notícia foi postada no site da Procuradoria Geral da Justiça (PGJ) confirmando os nomes dos acusados já presos e dos que ainda estão foragidos.

Ainda segundo o MPE, os decretos de prisões foram assinados pelo juiz auxiliar da Comarca de Trairi, Fernando Teles de Paula Lima, a pedido da Procap e do promotor de Justiça de Trairi, Igor Pereira Pinheiro. Dois advogados presos durante a operação foram trazidos para Fortaleza e estão recolhidos na carceragem da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap). Também uma das mulheres detidas foi transferidas para a Capital e está detida na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, no Centro.

Segundo o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Francisco Jairo Façanha Pequeno, as transferências foram autorizadas pelo juiz.

Habeas corpus

Os advogados Leandro Vasques, Flávio Jacinto e Waldir Xavier, que representam juridicamente os acusados, informaram que deverão, ainda hoje, ingressar com habeas corpus em favor de seus clientes. Alguns dos acusados foram interrogados, ainda na tarde de ontem, por três promotores de Justiça, em Trairi.

Acusados

Germana Paixão Oliveira (presa)
Vinícius B. Damasceno (preso)
Evaldo Luís Antunes (preso)
Gabriela Chaves Souto (presa)
Caroline Gondim Lima (presa)
José Eloísio Maranaldo Filho (preso)
Guilherme A. Nogueira (preso)
José Ademar Barroso (preso)
José Evandro Cunha (foragido)
Maria Graça Barbosa (foragida)
José Airton Ribeiro (foragido)
Euclides Andrade Castro (foragido)
Márcio Alves Ribeiro (foragido)
Manoel Carlos Oliveira (foragido)
Alexandre Pires Sousa (foragido)
Neio Lúcio Ferraz Passos (foragido)

FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA

Do Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz