Após a “Operação Tolerância Zero“ cumprir 10 mandados de busca e apreensão emQuixeramobim e Fortaleza, o Ministério Público do Estado Ceará protocolou, nesta quarta-feira (30), junto à Câmara Municipal de Quixeramobim um novo pedido de cassação do mandato do prefeito Cirilo Pimenta. Além do prefeito, o pedido se estendeu ao vice-prefeito, Tarso Pinheiro Borges e mais 6 parlamentares do município, entre eles, a irmã de Cirilo, a vereadora Luíza Cristina Pimenta. O grupo é acusado dos crimes de peculato, desvio de verba, falsificação de documento e formação de quadrilha.
Promotores e delegados apresentam detalhes da Operação Tolerância Zero deflagrada em Quixeramobim e Fortaleza FOTO: Kiko Silva
Foi pedido a cassação do vereador Everardo André de Sousa Júnior e do presidente da Câmara Clébio Ferreira da Silva. Os outros parlamentares com pedidos de cassação são os vereadores considerados “fantasmas”, Ana Edna Leite Leitão, Claudianne Borges Saldanha e Francisco Idelbrando Rocha.
Em coletiva nesta tarde, o promotor de Justiça Marcelo Pires explicou que esta é a segunda vez que o órgão provoca os vereadores do município a decidirem pelo impeachment de Cirilo Pimenta. “Está demonstrado agora com ligações pessoais do prefeito, provas do envolvimento direto dele, seja pelos seus filhos ou pelo envolvimento nas cobranças do SAE. O Ministério Público, mais uma vez, provocou a esfera competente. O julgamento é político e os vereadores é que vão ter que dar essa resposta à sociedade”.
De acordo com o MP, novas evidências de irregularidades na gestão de Cirilo estão sendo descobertas a partir da operação desta quarta-feira. “As buscas e apreensões trouxeram novos elementos que a corrupção não tem fim. O Ministério Público não vai retroceder”, afirmou o promotor titular de Quixeramobim Igor Pinheiro.
Para o promotor, o grupo insiste em praticar irregularidades por achar que não terá punição. “O Ministério Público entende que Cirilo Pimenta é o chefe administrativo e político dessa quadrilha voltada para saquear o município de Quixeramobim”, declarou.
Filhos e genro do prefeito envolvidos nas irregularidades
A participação dos filhos e genro do prefeito também foi detectada entre as irregularidades na administração de Cirilo. O MP-CE destacou o desvio de verbas públicas através das contratações temporárias de Antônio Manoel Siqueira Pimenta e Mariana Siqueira Pimenta Cruz, filhos do prefeito Cirilo Pimenta. Segundo o órgão, um deles recebia R$ 22 mil, quase o dobro do teto do funcionalismo público municipal.
Já genro de Cirilo, Reimilson Cruz, também foi denunciado por constar na folha de pagamento da prefeitura durante o ano de 2012 e janeiro de 2013, conforme teria sido informado ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
As investigações descobriram ainda a realização de reuniões clandestinas para tratar do julgamento do impeachment de Cirilo Pimenta no período em que ele foi afastado do cargo de prefeito.
Prefeito nega denúncias de corrupção na gestão municipal
O prefeito do município de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSD), negou, nesta quarta-feira (30), as denúncias do Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) que investiga atos de corrupção da gestão municipal. De acordo com o prefeito, a investigação do MP não tem procedência e irá renunciar caso seja provado algo. “A forma como essas denúncias foram colocadas são falsas. Se ele [promotor] provar eu renúncio. Eu também espero que ele renuncie se não provar isso”, declarou.
O prefeito afirmou que seus filhos, genro e irmã estão sendo acusados injustamente. “Meu genro é concursado. Ele trabalhou durante o ano de 2012 e eu ainda não era prefeito. Em janeiro ele tirou férias e recebeu o mês de salário, o que é direito dele. Após as férias ele parou de trabalhar, mas também de receber”.
Três operações contra a corrupção foram realizadas em Quixeramobim em 2013
Este ano já foram três operações contra corrupção realizadas no município. Em março, o MP do Ceará, em parceria com a Polícia Civil, comandou uma operação, a “Quixeramobim Limpo”, que cumpriu 20 mandados de busca e apreensão. Em março, a Polícia Federal cumpriu mandados judiciais de busca e apreensão, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal em Fortaleza.
Em abril, a operação “Quixeramobim Limpo II”, cumpriu 30 mandatos de busca e apreensão.
Fonte: Diário do Nordeste
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