FOTO: RUI NÓBREGA
Sobral A Zona Norte apresenta índices alarmantes de sarampo. A divulgação do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado aponta cidades da Região com os índices mais altos de casos por habitantes, com destaque para os meses de agosto, setembro, outubro e novembro. Por isso, ostenta a liderança do quadro estadual dos casos confirmados da doença.
Dentre os 607 casos confirmados no Estado, Massapê possui 127 casos e Sobral 83, perdendo apenas para Fortaleza, que conta com 257. Massapê também ficou com o maior índice de casos por 100 mil habitantes, de 352,4, sendo seguido por Uruburetama, com 300,7, Forquilha, 80,2, Martinópole, com 57,4; Meruoca com 42,7 e Sobral, com 43, todas na Zona Norte do Estado. A campanha de vacinação foi prorrogada até 31 de dezembro. Ao todo, foram notificados 1.733 casos suspeitos de sarampo no Estado, entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014.Dentre os casos notificados 35,02%, o equivalente a 607 casos, foram confirmados, e 111 estão em investigação epidemiológica.
A semana epidemiológica com o maior número de casos confirmados foi a do dia três a nove de agosto, com 6,75% das confirmações de todo o surto. Nos casos confirmados no Ceará, 26,35% , o equivalente a 160 casos, são em crianças com idade abaixo de um ano. Desses 160 casos, 53 são em crianças com menos de seis meses de idade, e 107 têm entre seis meses e um ano. O boletim informa que o Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) mantêm o estado de alerta aos municípios, hospitais, clínicas, unidades de saúde, laboratórios, portos, municípios limites com outros Estados sobre orientações de detecção, diagnóstico e medidas de prevenção e controle do sarampo.
Em caso de suspeita, a Sesa indica a realização de bloqueio vacinal com a vacina tríplice viral, que é efetiva contra sarampo, caxumba e rubéola, observando sempre o cartão de vacinação. Para crianças, é necessário comprovar duas doses da vacina, com intervalo mínimo de 30 dias. Para adolescentes até 19 anos, é preciso comprovar duas doses da vacina com intervalo mínimo de 30 dias. Para adultos a partir de 20 anos, apenas uma dose comprovada.
Outra ferramenta de prevenção é a educação em saúde na comunidade, abordando de forma clara e simples como prevenir e controlar as doenças e o dever de cada cidadão de informar ao serviço de saúde mais próximo de sua casa a existência de um caso suspeito de sarampo, rubéola ou SRC.
Dentre as medidas que estão sendo tomadas pelos órgãos competentes, há uma reunião semanal com Grupo Técnico composto por representantes da OPAS, do Ministério da Saúde, do Estado, do Município de Fortaleza e dos Núcleos de Vigilância Epidemiológica dos hospitais para definição de estratégias a serem realizadas e realização de campanha de vacinação indiscriminada para crianças a partir de seis meses e menores de cinco anos em Fortaleza e Região Metropolitana e em municípios com casos fortemente suspeitos como Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Chorozinho, Pacajus, Horizonte, Itaitinga, Pacatuba, Maracanaú, São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Maranguape, Guaiuba, Uruburetama, Beberibe, Trairi e Jaguaribe.
Em casos suspeitos atendidos nos ambulatórios dos hospitais, há o deslocamento de uma equipe de laboratório da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza para as residências, para fazer investigação epidemiológica, coleta de sangue e espécimes clínicos, busca ativa de novos casos e realização de bloqueio vacinal. Nada menos que 1.200 profissionais da área de saúde, dentre médicos, enfermeiros e gestores, estão sendo treinados sobre os aspectos epidemiológicos, diagnóstico clínico e laboratorial do sarampo, além de estratégias de imunização.
Em Sobral, serão promovidos dias “D” nas áreas atendidas pelas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES), para intensificação das atividades de vigilância e imunização. Já nos municípios com os índices mais altos de casos por 100 mil habitantes, Massapê e Uruburetama, será realizada a campanha de vacinação seletiva para a população entre cinco e 49 anos.
Jéssyca Marques
Colaboradora
Fonte: Diário do Nordeste
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