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Manifestantes protestam após prefeitura de Pacajus mudar estudantes de escola

Pais, responsáveis e estudantes protestaram, no final da tarde dessa quarta-feira, 26, contra decisão da prefeitura de Pacajus de mudar cerca de 600 alunos de escola. Gestores das unidades souberam dia antes do Natal, enquanto os pais dos estudantes foram avisados nessa quarta. Eles reclamam da distância dos novos locais de ensino e apontam falta de ônibus escolares para o deslocamento. A prefeitura afirma que os alunos foram retirados de prédios alugados e que o objetivo é preparar as unidades escolares para oferecerem ensino em tempo integral.
Ligada à Secretaria de Educação do Município, uma fonte, que prefere não ser identificada, afirmou ao O POVO Online que diretores souberam das mudanças em 24 de dezembro. Os profissionais tiveram de avisar, sem muitos detalhes, às famílias nesta quarta-feira, 27, durante a realização de matrículas nas instituições de ensino público da cidade.  A notícia repercutiu negativamente entre os responsáveis gerando manifestações contrárias na cidade. As alterações mexem com educandos do Ensino Infantil, Fundamental I e Fundamental II.
Mãe de um aluno do Centro de Educação Integral (CEI) Pica-Pau Amarelo, Márcia Roque aponta a distância como um problema. “De onde a gente mora até o local que ele vai colocar os alunos é longe. E não tem transporte. Já pensou crianças de dois e três anos no sol escaldante indo pra escola? Vai ter muitas crianças doentes”. De acordo com a mulher, não foi garantido ônibus para realizar o transporte dos estudantes. O filho de Márcia vai ser realocado junto com outros 100 estudantes na Creche Raio de Luz. Há oito salas de aulas na instituição, cada uma comporta 25 alunos.
 
A fala de Márcia ecoa nas vozes de tantos outros pais e responsáveis na cidade. Mobilizados, alguns têm feito manifestações frente às escolas, queimando pneus, interditando vias, e expondo cartazes pedindo a manutenção dos prédios escolares. Para os familiares, as crianças são novas demais para se deslocar entre distâncias maiores. Boa parte dos estudantes residem próximo a atual unidade de ensino. Novas manifestações estão previstas.
Prefeito da cidade, Bruno Figueiredo (PMB) afirma que os estudantes foram retirados da escola por conta das três novas unidades que serão entregues até julho do próximo ano. Outro fator é a ocupação das escolas em locais alugados. De acordo com ele, para não entregar os prédios arrendados no final do primeiro semestre, os alunos estão sendo remanejados para instalações da prefeitura temporariamente. Em alguns locais, Bruno pontua que serão necessários reformas estruturais e a construção de novas salas para comportar os novos usuários.
Uma escola será entregue em abril, as outras duas em junho, afirma o prefeito. Segundo ele, até o final do primeiro semestre de 2019, os estudantes serão alocados nestes prédios, que devem oferecer ensino em tempo integral.  “Durante anos foi caindo o número de estudantes, e as escolas ficaram com salas a desocupadas. Nessas escolas onde eles vão, já tem sala desocupadas” , afirma. Para 2019, é esperado redução de 400 matriculados em relação a 2018.
Número de estudantes da rede municipal de ensino de Pacajus
Ano/ alunos
2010 – 12793
2011 – 12429
2012 – 12342
2013 – 12266
2014 – 11992
2015 – 11521
2016 – 10976
2017 – 10824
FONTE: INEP
Mudanças
De acordo com José Darlan, secretário de educação do Município, 850 alunos devem deixar a rede municipal de ensino, após a conclusão do 9° ano. No entanto, é esperado a entrada de 400 novos estudantes no Ensino Infantil. A meta, de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), destaca Darlan, é ter 20% das escolas oferecendo ensino em tempo integral até 2021, para o ensino infantil e fundamental 1.
Darlan afirma que a ideia é formar um polo de ensinos, assim como deve acontecer com o Fundamental II. O gestor reitera a garantia de transporte escolar para os casos necessários. “Nenhum local fica sem transporte. A gente não é irresponsável de fazer uma situação dessa”, afirma.
“A ideia dessas transferências é para que no próximo ano possamos tornar o máximo possível de escolas de ensino fundamental I em ensino integral. Uma escola do ensino fundamental II vai funcionar com ensino integral”, conclui o secretário.
Abaixo segue como deve operar as escolas após as mudanças anunciadas. O ano letivo na cidade começa em 28 de janeiro. De acordo com o prefeito, as alterações nas escolas de destino devem começar a partir da segunda semana de janeiro.
Confira as alterações 
Escola de origem: EEF Senador Carlos Jereissati
Turmas: 6°, 7° e 8° ano
Quantidade: 60 a 70 alunos
Escola de destino: EEF Raimundo Nogueiro (mais próxima)
 
Escola de origem: E.E.F. Prof° Elder Gurgel Souza Moreira
Turmas: 6° ao 9°
Quantidade: 80 a 90 alunos
Escola de destino: E.E.F Joaquim Amâncio Bezerra
 
Escola de origem: CEI Soldadinho de Chumbo + CEI Criança Feliz
Turmas: Ensino Infantil
Quantidade: 140 alunos
Escola de destino: Escola João Ronaldo Matias
Alterações: construção de três salas
As duas escolas de origem funcionam em prédio alugado e, segundo a prefeitura, a estrutura é precária para receber a demanda escolar
 
Escola de origem: CEI Raio de Luz
Turmas: Fundamental I
Quantidade: 60 alunos
Escola de destino: EEF Virgílio Távora
Alterações: construção de duas salas
 
Escola de Origem: CEI Pica Pau Amarelo
Turmas: Ensino Infantil
Quantidade: 100
Escola de destino: CEI Raio de Luz
Alterações: reforma nos banheiros, pintura nas salas e conserto de ventiladores
Escola de Origem: EEF Francisco da Silva Filho
Turmas: Ensino Fundamental 2
Quantidade: 150
Escola de destino: EEF Augusto Carvalho
Alterações: sem modificações
 
Escola de Origem: Mundo da Imaginação
Turmas: Ensino Infantil
Quantidade: 101
Escola de destino: EEF Francisco da Silva Filho
Alterações: colocar sanitários adaptados nos banheiros.
Fonte: O Povo Online
Zeudir Queiroz