Quixeramobim. O Hospital Regional Dr. Pontes Neto, nesta cidade, deverá paralisar o atendimento, incluindo os casos de urgência e emergência, a partir do dia 10 de novembro. A decisão foi tomada pelo prefeito Cirilo Pimenta, na tarde desta sexta-feira, após avaliar as contas do seu Município. “A única alternativa para evitar o colapso hospitalar será a Secretaria de Saúde do Estado (SESA) efetuar repasses para custear as despesas de atendimento dos pacientes da região”, desabafou o gestor.
Ainda de acordo com o prefeito, cerca de 9 mil pacientes, do Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidos mensalmente no Pontes Neto. A maioria vem de outros 12 municípios conveniados. Até Quixadá está enviando seus enfermos para o hospital local. Entretanto, para manter a assistência, a SESA está repassado apenas R$ 230 mil.
As despesas mensais giram em torno de R$ 2 milhões. Não há como suportar um déficit tão alto. O repasse médio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é de apenas R$ 1,2 milhões. Outro problema está na Lei de Responsabilidade Fiscal. Mais de 400 profissionais trabalham no Hospital Regional de Quixeramobim. Desse total, 50 são médicos. Somente a folha de pagamento gira em torno de R$ 1 milhão. Com o Município assumindo o ônus, além de infringir a Lei, outras obras, também muito urgentes para o Município, como o abastecimento de água, também podem ser comprometidas, acrescenta Cirilo Pimenta.
Por ironia, o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), também construído em Quixeramobim, na margem da CE-060, está com suas obras praticamente concluídas. Antes de passar o Governo para o seu sucessor, o ex-governador Cid Gomes fez uma espécie de pré-inauguração do o complexo hospitalar Estadual. A visita ocorreu exatamente há um ano. Todavia, de acordo com a SESA, o HRSC ainda não começou a funcionar porque as obras ainda não acabaram. Não foi informado quando o Hospital começa a funcionar.
O prefeito Cirilo Pimenta chegou a informar que o atual governador Camilo Santana estava buscando convênio com o Governo Federal para viabilizar o funcionamento do HRSC. Serão necessários R$ 10 milhões mensais para o atendimento de 20 municípios do Centro do Estado, incluindo Quixeramobim. A primeira etapa de atendimento será justamente de urgência e emergência, principal motivo do prejuízo causado a Prefeitura local. Foram investidos R$ 87,7 milhões no Hospital Regional do Estado. Nele trabalharão 1.600 profissionais já aprovados em processo seletivo.
Na última quinta-feira, 29, o Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP), em Barbalha, no Cariri, anunciou a suspensão de média complexidade até o fim deste ano. O problema também está na deficiência dos repasses do Ministério da Saúde.
Fonte: Diário do Nordeste
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