O peemedebista tem sido enfático ao falar da candidatura e do trunfo que tem paralela ser respeitada pelo PT
O senador Eunício Oliveira (PMDB), ainda não afirma, categoricamente, estar fora da aliança liderada pelo governador Cid Gomes (PROS), o que pretende fazê-lo, preferencialmente, na primeira quinzena de abril, passado a desincompatilização, mas, enfaticamente já passou a dizer, sem reservas, que é candidato ao Governo do Estado, custe o que custar, disposto, assim, com certo dissabor, de estar num palanque diferente daquele das três últimas eleições (2006,2010 e 2012), para enfrentar qualquer um dos até bem pouco correligionários. Sem mágoas, diz ele, o discurso da campanha será propositivo, tanto da sua parte quanto da dos aliados que abraçarem sua causa.
Alguns dos mais próximos do governador Cid Gomes ainda duvidam, mesmo sem demonstrarem muita convicção, se Eunício terá ou não disposição para o enfrentamento, embora reconheçam estar um pouco esgarçada a relação entre ambos, apesar de nenhum dos dois, publicamente, ter feito manifestações menos lisonjeira ou de desaprovação capazes de justificar um afastamento.
Ostensiva
Governador e senador, porém, já não são mais vistos juntos tão amiúde como outrora. Eunício não tem frequentado, há um certo tempo, os púlpitos montados para os séquitos do governador em eventos no Interior do Estado. Ao contrário, tem tornado mais ostensiva a formação do seu próprio palanque.
Experiente como é, o senador sabe da dificuldade de montar uma chapa com os adversários de Cid Gomes, principalmente por conta dos compromissos das agremiações de todos eles com a campanha presidencial, embora esteja convicto de ter não só a simpatia pela sua postulação, como, também, o apoio informal.
O estímulo da direção nacional do seu partido, o PMDB, principal aliado da presidente Dilma, além da sua relação pessoal com o ex-presidente Lula, de quem foi ministro das Comunicações, alimenta a ideia de vir a ser um candidato ao Governo aceito, também, como da base aliada, portanto, merecedor do respeito e consideração que o PT venha a dispensar a esse ou aquele integrante do bloco.
E ainda, como senador, com mais quatro anos de mandato, a partir de 2015, além da perspectiva de poder continuar sendo líder da bancada do PMDB no Senado, no caso de insucesso eleitoral, em outubro próximo, alimenta Eunício a ideia de não ser tratado como dissidente ou adversário da presidente, cuja presença, em palanques estaduais, contribuirá para uma melhor performance do anfitrião. Só a campanha, porém, dirá como a presidente se portará em relação ao Ceará. Ela, atualmente, não tem feito reservas da sua admiração por Cid Gomes que, interessado em fazer o seu sucessor, aliado ao PT, não se contentará, evidente, em dividi-la com outro postulante.
Possibilidade
Eunício, ao que se percebe, quer votar em Dilma, mas não esconde de pessoas mais próxima estar liberado pelo PMDB para, em se considerando hostilizado, votar em outro nome, como o de Aécio Neves (PSDB), cujos correligionários no Ceará podem, em muito, contribuir para a alavancagem da postulação do peemedebista. A propósito, alguns cearenses que testemunharam um encontro de Aécio Neves, Tasso Jereissati e Eunício Oliveira, no último dia 7 em São Paulo, num evento social, não duvidam da possibilidade de politicamente se entenderem.
A amigos o peemedebista deixa evidenciada sua preferência de disputar a chefia do Executivo cearense no grupo formado a partir das eleições de 2006 no Ceará, mas reconhece as travas existentes para sua concretização. Tem sido insistentes e infrutíferas as investidas no campo nacional da busca de entendimentos entre PMDB e PT com relação à sucessão cearense. E como se isso não bastassem, a disputa interna petista neste Estado tem permitido ao deputado federal José Guimarães fazer declarações afugentando o peemedebista.
Inverídicas
Furioso, na última quarta-feira o senador contestava informações veiculadas pelo gabinete do deputado José Guimarães, em Brasília, sobre um encontro deles, no dia anterior, no Senado, que o senador Eunício afirma serem inverídicas, dando conta estar amistosa a relação entre os dois, daí ambos estarem imbuídos do propósito comum de marcharem juntos em busca de entendimentos para manter unida a aliança política com o governador Cid Gomes.
Eunício, ao desqualificar as declarações de Guimarães relacionadas ao PT nacional e a sucessão estadual cearense, afirma ter recebido o deputado, na quarta-feira, para, em nome de lideranças do partido dele, se desculpar sobre as inverdades ditas, utilizando o nome do ex-presidente Lula quanto a apoio a candidato na eleição do Ceará. Na mesma quarta-feira, o ministro Aloizio Mercadante, também, segundo Eunício, teria desautorizado o deputado petista sobre formação de alianças aqui.
Edison Silva
Editor de Política
Diário do Nordeste
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