A expectativa é que sejam construídos quatro portos privados pelo Cevital no Brasil para exportar grãos
Representantes do Cevital, maior grupo privado do ramo agroalimentar da Argélia, sobrevoaram na última segunda-feira o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), com o objetivo de prospectar uma área para investimento em um empreendimento portuário e industrial. A ideia, segundo explica o presidente do Instituto Brasil África, professor João Bosco Monte, que acompanhou os executivos, é construir um porto privado e ainda uma planta para beneficiamento de grãos.
Conforme disse, o presidente do Cevital, Esaad Rebrab, juntamente com outros dirigentes do grupo, esteve reunido com o presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede), Gotardo Gurgel, com o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Roberto Smith, e ainda com o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Gonçalo do Amarante, Victor Samuel.
“Os argelinos vieram com a possibilidade de construir um porto privado no Pecém, mas como já existe um terminal portuário na região, foi discutida a opção de construir, então, um berço exclusivo para suas operações. Chegou a ser discutida também a edificação desse porto em Camocim. Em qualquer dos casos, as negociações precisam avançar”, explica Bosco Monte.
A expectativa, adianta o presidente do Instituto Brasil África, é que sejam construídos quatro portos privados pelo Cevital no Brasil, combinados com silos e plantas de beneficiamento de grãos para exportação. Com a operação, adianta o professor, deverão ser investidos US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 13,8 bilhões).
Um desses locais, onde os entendimentos estão mais adiantados, explica ele, é o Estado do Pará. O interesse do grupo é implantar no Norte do Brasil um empreendimento para recepcionar grãos produzidos no Centro-Oeste brasileiro. “O mesmo modelo poderá vir a ser implantado aqui no Ceará, sobretudo com a ligação da ferrovia Transnordestina com o Pecém. Eles também procuram um terreno para beneficiar grãos de outras regiões e exportar para a Europa e a África, dada a proximidade do Estado com esses continentes, e o município de São Gonçalo do Amarante está sendo cogitado”.
Fórum Brasil África
A possibilidade de construção de um empreendimento dessa natureza por um investidor africano no Brasil, e mais especificamente no Ceará, vai ao encontro do 2º Fórum Brasil África, evento que será realizado nos próximos dias 28 e 29 de agosto, na Capital cearense, com o objetivo de discutir infraestrutura, parcerias e desenvolvimento.
Segundo Bosco Monte, a iniciativa abre espaço para uma discussão de alto nível entre agente públicos e privados brasileiros e africanos, que ultrapassa um ambiente de negócios. “A ideia é discutir as realidades brasileira e africana. Não só as necessidades dos países individualmente, mas também coletivas. E o Brasil tem muito a oferecer à África”. Conforme disse, atualmente, a maior parte das grandes empresas brasileiras de construção já está presente em países africanos, em obras de infraestrutura.
“Mas ainda é pouco. O Brasil precisa olhar mais para a África. E o Ceará também. Os estados brasileiros do Sul e Sudestes têm uma relação mais próxima com aquele continente do que o Ceará, que é mais perto geograficamente. Então essa relação pode ser mais estreita”, diz. Para este segundo fórum, estão sendo esperadas de 250 a 300 pessoas – entre convidados e inscritos – provenientes de 30 países africanos. “Desde ministros de Estado, diplomatas, agentes governamentais, empresários e acadêmicos”, diz Monte. Entre as oportunidades de negócios estão energia, agronegócio, construção, transportes, gestão de água, saúde, tecnologia da informação, capacitação e segurança.
Mais informações
2º Fórum Brasil África
De 28 a 29 de agosto, no Hotel Gran Marquise – Av. Beira-Mar, 3980
Mucuripe, Fortaleza – CE
www.forumbrasilafrica.com
Anchieta Dantas Jr.
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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