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Gasolina ´batizada´: fuja desta triste realidade

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Atento sempre: especialistas recomendam colocar o combustível no mesmo posto, pois no caso de problema seja a batizada, há como reclamar
FOTOS: AGÊNCIA DIÁRIO
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Vigilância legalizada: para quem não sabe, a gasolina deve obedecer a qualidade estabelecida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP)

O combustível adulterado existe e é um triste fato. Não detectada a tempo, causa dano irreparável
Assim como os carros, em motos, o problema também existe e já causou prejuízo em muito piloto por aí. “Prejuízo é pouco. O pior é a perca de idas e vindas para a oficina em busca de reparo”, desabafa Carlos Dantas, dono de uma moto que já teve várias dores de cabeça ocasionadas por uma gasolina adulterada, conhecida como “batizada”.

Feita da mistura de substâncias estranhas à composição básica do combustível, a “fórmula santa” traz uma série de empecilhos aos equipamentos de duas rodas, como queda de rendimento e falhas no funcionamento do motor.

“Depois de um tempo, a minha moto simplesmente ficou sem poder de aceleração”, lembra Dantas, funcionário público, que foi obrigado a vendê-la.

Para quem não sabe, a gasolina deve obedecer a padrões mínimos de qualidade estabelecidos pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Um deles diz respeito à porcentagem de álcool a ser adicionada, de até 25%.

Para Dantas, o que muitos postos de combustível fazem é ultrapassar esse limite imposto, formando assim um dos tipos de gasolina batizada existentes.

De acordo com especialistas, para a motocicleta, a reação dessa mistura ilegal não é das melhores, pois ela não foi construída para funcionar com esse combustível impróprio. Daí surgem os problemas nos componentes internos do motor, principalmente juntas, retentores e componentes feitos de borrachas

Para Aguinaldo da Silva, mecânico especializado em duas rodas há mais de vinte anos, em Fortaleza, os carburadores de pistão a vácuo, instalados em diversos modelos e marcas de motos, também são vítimas da gasolina adulterada.

“A queima do líquido propulsor cria resíduos que aderem às sedes das válvulas de admissão e à parede da câmara de combustão. Isso causa um desgaste prematuro dos componentes internos do motor e carburador, chegando até a colar os pistões”, alerta o mecânico.

Segundo ele, outras consequências geradas por uma gasolina de baixa qualidade são a instabilidade da marcha lenta, aumento no consumo, engasgo do propulsor, batida de pinos, travamento das válvulas por conta da carbonização, danos à bomba de combustível, aumento de emissão de poluentes. “Enfim, inúmeras coisas chatas para a moto e para o motociclista”.

Como se não bastasse o dissabor em ter a máquina com fraco desempenho, o consumidor ainda enfrenta a punhalada no bolso, na hora de fazer os reparos. “Uma moto de 125cc em estado crítico, graças ao ´batismo´, chega a gastar 200 reais de manutenção. Numa esportiva a situação é bem pior, com um prejuízo que pode chegar aos dois mil reais facilmente”, aponta o mecânico Aguinaldo.

Por tais motivos se faz necessária a utilização de um combustível de qualidade, preferencialmente em postos de confiança. “Eu recomendo o uso de gasolina aditivada, por ser de maior qualidade e mais difícil de ser adulterada”, diz Dantas . “Diria até mais: é bom usar a Podium, dos postos Petrobras. Não estou fazendo propaganda. O fato é que esse combustível é muito bom, ideal para quem busca a manutenção do bom desempenho da moto”.

Para aqueles que optarem pela troca de marca da gasolina, Aguinaldo aconselha a não fazer a mudança de maneira imediata. “Deve ser uma operação gradual, pois os aditivos podem causar impactos no motor. Comece com 30% de gasosa nova e 70% da habitual; aos poucos passe para 50% a 50%, até finalmente alcançar o 100% de outra fornecedora”, e completa: “as motos agradecem”.

Zeudir Queiroz