Funcionalismo de Madalena protesta contra atraso no pagamento salarial

Contratos considerados elevados estariam onerando os cofres públicos. Aprece recomenda austeridade Madalena. Contratações consideradas milionárias estão provocando uma onda de protestos de servidores públicos no Interior do Ceará. Conforme sindicatos da categoria, os perfeitos estão gastando os recursos repassados pelos governos Estadual e Federal com serviços superfaturados, provocando o atraso de dois meses no pagamento dos trabalhadores municipais. Locação de transporte escolar é um dos principais acumuladores de gastos FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR É o que se denuncia em cidades como Madalena, de acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Madalena (Sinsemad), Rinaldo Barros. Ele e um grupo de 200 professores, auxiliares administrativos e de outras áreas ocuparam o Centro Administrativo da Prefeitura na última quinta-feira. Só saíram quando o prefeito Zarlul Kalil Filho se comprometeu a pagar parte do salário atrasado no primeiro dia de agosto e o restante no dia 12. Ainda de acordo com o líder Rinaldo, caso a promessa do gestor municipal não seja cumprida a classe vai se manifestar novamente, dessa vez na Câmara de Vereadores, na primeira sessão após o recesso. O valor da dívida do salário atrasado é estimado em R$ 900 mil. Somente com assessores jurídicos e administrativos o município gasta R$ 1,6 milhão. Além desse problema, o Sinsemad está preocupado com as contratações dos serviços de coleta de lixo, assessoria administrativa e, até, o aluguel de carros de luxo e para o transporte escolar. “Os serviços continuam os mesmos, mas o desembolso dos cofres do município praticamente triplicou”, reclama o líder classista. Dívidas Os gastos milionários estão afetando, inclusive, o comércio da cidade. Segundo a comerciante e vereadora Sonia Costa, no primeiro semestre deste ano as vendas caíram em média 50%. Além de endividados, sem definição de calendário de pagamento e atrasos, os servidores estão descontrolando as finanças domésticas e perdendo crédito na praça. “Caso o município não enxugue as contas, o colapso será geral”, teme a comerciante. “A reclamação do setor é geral”, garante. No papel de parlamentar municipal, oposicionista, Sonia Costa afirma não se tratar de retaliação política e critica: “o município contratou assessores ´forasteiros´, com salários elevados. Como moram em outras cidades, passam apenas a semana em Madalena e vão embora”. Não teriam nenhum vínculo com a Região. Juntamente com o vereador José Nunes, ela fez o levantamento dos contratos. Pelos cálculos, houve acréscimo de 400% no valor dos serviços. Ela considera os reajustes dos gastos um absurdo. “O professores tiveram apenas 7,97% de correção e mesmo assim continuam com os salários atrasados”, ressaltou. Em seu primeiro mandato legislativo, a comerciante vereadora pretende, juntamente com seu único aliado na Câmara, José Nunes, solicitar a abertura de uma CPI, para apurar as contratações de custos elevados, principalmente a relativa a coleta de lixo. A luta será difícil, afinal, serão dois contra nove aliados do Governo Municipal. Procuradoria Mesmo não havendo aprovação da CPI, pretendem insistir na apuração do caso. As denúncias foram encaminhadas, no início da semana, à Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap). A reportagem tentou manter contato telefônico com o prefeito Zarlul Filho, todavia, até o fechamento desta edição as ligações não foram atendidas. O chefe de gabinete Lucas Menescal e assessores da Procuradoria do Município não se manifestaram a respeito. Segundo eles, o próprio prefeito prestaria os esclarecimentos necessários. Sobre a situação nos outros municípios cearenses, o vice-presidente da Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado do Ceará (Fetamce), Walter Saraiva, disse, ainda, não ter um diagnóstico, após o fechamento do primeiro semestre. A Fetamce ainda está realizado assembleias pelo interior. Ontem, foi a vez de Cariús. Austeridade A presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Adriana Pinheiro, disse não ter sido ainda cientificada de nenhum caso envolvendo gastos excessivos nos municípios associados, todavia, a frente da Aprece garante que tem recomendado aos prefeitos controlarem seus gastos. Apesar de a Aprece estar lutando pela reposição dos cortes do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), vetado pela presidente Dilma Roussef, é preciso controlar as finanças públicas. Os prefeitos devem se concentrar principalmente nos serviços básicos, dentre eles a saúde e a educação. “No caso do meu município, Fortim, a prefeitura está recebendo R$ 446 mil a menos. Fomos obrigados a ser ainda mais austeros”, acrescentou. Mais informações Aprece Av. Oliveira Paiva, 2.621 Seis Bocas – Fortaleza Telefone: (85) 4006.4000 http://www.aprece.org.br/ Fonte: Diário do Nordeste  
Zeudir Queiroz

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