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Funceme registra chuvas em 92 cidades cearenses

Localizado em Itapipoca, o Açude Quandu, com capacidade máxima de 3,37 milhões de metros cúbicos, atingiu este volume, encobrindo toda a sua parede e trazendo alegria a cerca de 200 famílias que moram em seu entorno ( Foto: Marcelino Júnior )
Localizado em Itapipoca, o Açude Quandu, com capacidade máxima de 3,37 milhões de metros cúbicos, atingiu este volume, encobrindo toda a sua parede e trazendo alegria a cerca de 200 famílias que moram em seu entorno ( Foto: Marcelino Júnior )

Juazeiro do Norte/Itapipoca. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) choveu na metade dos municípios cearenses entre as 7 horas deste domingo e 7 horas de ontem. Há dez dias o órgão não registrava pluviosidade em mais de 92 cidades. A última vez foi em 18 de março, quando choveu em 160 municípios, com maior registro em Deputado Irapuan Pinheiro (130 mm).

O maior volume pluviométrico de ontem ocorreu na cidade de Piquet Carneiro (88 mm), seguido por Apuiarés (83,8 mm), Choró (74 mm), Acopiara (68 mm) e Iguatu (67 mm); estes dois últimos municípios situados no Centro-Sul. Na região da Ibiapaba, choveu em 19 dos 20 municípios, com destaque para Graça e Forquilha, ambos com 50 mm.

No Cariri, choveu em sete municípios, com maior volume em Ipaumirim (45,2 mm) e na região Norte, as chuvas banharam todos as 15 cidades. Segundo a Funceme, a previsão para as próximas 48 horas é nebulosidade variável com eventos de chuva em todas as regiões do Estado.

Açudes

Localizado no município de Itapipoca, na Serra do Quandu, a 300 metros acima do nível do mar, o Açude Quandu, com capacidade máxima de 3,37 milhões de metros cúbicos, atingiu este volume, encobrindo toda a sua parede e trazendo alegria a cerca de 200 famílias que moram em seu entorno.

Os moradores da pequena localidade, de mesmo nome, a cerca de 14 quilômetros da sede do Município, comemoram a sangria. Muitos têm revezado o manejo da terra, no plantio de milho e feijão, com a pescaria nas águas frias que avançam sobre o paredão e descem pelas cascatas, formadas por rochas Rio abaixo. O agricultor Genival Gomes Pinto lembra que, por anos seguidos, o aspecto do açude foi outro, chegando a secar quase por completo. “Em muitos trechos, o que sobrou mesmo foi muita lama, mas na maior parte o que se via eram as pedras. Desde o ano de 2009, o Açude nunca tinha sangrado como dessa vez, inverno após inverno. Agora o Quandu voltou a atrair o pessoal daqui. Eu, sempre que eu posso, dou uma arriscada na pescaria. Os peixes ainda não apareceram mas é questão de tempo”, disse.

Os moradores de Itapipoca seguem com expectativa, dessa vez sobre a sangria de outro Açude, o Gameleira, responsável pelo abastecimento da cidade. A última evolução de seu volume armazenado, coletada pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), aponta avanço de 95,54% sobre sua capacidade, o que significa que o Gameleira pode sangrar nos próximos dias, se persistirem as chuvas na região.

Baixo volume

Apesar das boas notícias em Itapipoca, nos demais reservatórios monitorados pela Cogerh a situação continua delicada. O volume total dos 153 açudes do Estado é de apenas 12,5%.

Além do Quandu, o Caldeirões, em Saboeiro, é o único que permanece sangrando. O Gameleira, junto com o Trici (94,15%), Colina (97,76%), e Maranguapinho (90,66%) são os reservatórios com volume acima dos 90%. Outros 126 açudes estão com volume inferior a 30% e destes, 54 estão com menos de 1%, ou seja, tecnicamente secos.

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Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz