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Venda de avoante segue na ruas e avenidas de Fortaleza

Os vendedores não demonstravam nenhum medo de serem flagrados, expondo os animais FOTO: KIKO SILVA
Os vendedores não demonstravam nenhum medo de serem flagrados, expondo os animais
FOTO: KIKO SILVA

Em um dos cruzamentos mais movimentados de Fortaleza, foi possível flagrar, ontem, pela manhã, o crime ambiental relativo à venda de “avoantes”. No cruzamento da Av. Domingos Olímpio com a Av. Aguanambi, dois vendedores carregavam os animais mortos, em cordas, oferecendo aos motoristas. Segundo populares, eles atuavam no local desde sábado.

A ave da espécie Zenaida Auriculata é popularmente conhecida como “avoante”. As que estavam à venda ontem foram trazidas de Irauçuba, a 154 Km da Capital. Os vendedores não demonstravam medo de serem flagrados, expondo os animais entre os carros e anunciando a venda da corda com cinco unidades por R$ 15. Um comerciante disse que a venda era fácil, por isso só lhe restavam três cordas.

Ave característica do Ceará, historicamente a avoante foi inserida na cultura local como carne comum. A caça do animal, no entanto, é ilegal, assim como o consumo. Estão previstas punições de até três anos de reclusão, além de outras penas. De acordo com a legislação, é crime “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente”. A lei diz ainda que comete crime quem vende, exporta ou adquire.

As aves da espécie Zenaida auriculata têm como principais pontos de reprodução municípios como Aiuaba, Tauá, Pedra Branca e Boa Viagem. “Na última relação que fizemos, registramos oito pombais (local onde os animais fazem ninhos) no Ceará”, diz o chefe de Fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Roufran Cacho Ribeiro. Segundo ele, o aumento desse número de pombais dificulta a fiscalização. “Apreendemos mais de 60 motocicletas, em todo o Estado, que fazem o transporte desses bichos para a Capital”, acrescenta.

Mais informações: 
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace)
Setor de Defesa da Fauna – (85) 3254.3083 / (85) 3254.7525
Ibama – 0800. 618080

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz