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Transportes Alternativos estão perigosos

Robson Cavalcante

Na Capital, existem 320 topiques cadastradas distribuídas em 16 linhas. Uma equipe da Etufor realiza vistoria
 As topiques surgiram como uma alternativa para o transporte público convencional, mas, hoje, esses veículos estão sempre lotados, nos horários de pico, e apresentam os mesmos problemas encontrados nos ônibus. Por isso, em Fortaleza, essa atividade tem se tornado difícil e até perigosa para a população.

A jornalista Liliane Luz Alves de Oliveira estava na topique da linha 03 e quando foi descer no ponto da Rua Firmino Rocha Aguiar seu pé ficou preso na porta do veículo e por isso ela acabou caindo no asfalto e também se ferindo. “Quando os passageiros viram que eu estava com meu pé preso na porta eles começaram a gritar para que o motorista não continuasse a viagem. Mas ele acelerou e eu cai imediatamente. Machuquei minha perna, braço e também as costas”, explicou a jornalista.

Os usuários de topiques em Fortaleza enfrentam muitos transtornos diariamente ao utilizar o transporte alternativo. Os veículos estão sempre lotados nos horários de pico e ainda há o desrespeito dos motoristas e cobradores
FOTO: ALEX COSTA

Liliane acrescentou que precisou da ajuda das pessoas que estavam na parada de ônibus para se levantar e conseguir juntar os seus pertences espalhados pela pista. Ela reclamou da falta de assistência do motorista e do cobrador do transporte. “Logo depois do acidente ele parou a topique. Mas quando viu que eu me levantei acelerou o veículo e foi logo embora”, disse.

A jornalista contou que se sentiu desrespeitada como usuária do transporte público da Capital. “Mal consigo movimentar o braço. As costas doem bastante. O joelho está inchado e ralado. Tive que vir trabalhar de táxi, pois não consigo andar direito”.

Em busca de alguma solução ela ligou para a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e fez uma denúncia. “Eles me disseram que o permissionário será chamado para informar o que está acontecendo, assim como o motorista e o cobrador. Além disso, eles me deram o protocolo para poder acompanhar o caso”, afirmou.

Medo
A aposentada Maria Alves Gusmão utiliza, quase todos os dias, as topiques para trafegar pela cidade. Mas ela conta que sempre sente medo ao utilizar o transporte alternativo. “São muitos problemas. Nos horários de pico é muito lotado. É difícil até para respirar. Os motoristas não respeitam ninguém”, reclamou.

O técnico em informática Tadeu Silva Pinheiro acredita que a única solução para que os problemas sejam solucionados é uma fiscalização mais eficaz. “Eles têm medo de ser multados. Por isso se souberem que existe uma boa fiscalização vão respeitar as leis e os passageiros também”.

Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização da Etufor, José Josino de Medeiros, em Fortaleza, existem 320 topiques cadastradas e estão distribuídas em 16 linhas. Para realizar a fiscalização, uma equipe vistoria os veículos em qualquer hora e local. São verificadas a parte elétrica, visualização das informações, itens de segurança e se o condutor é corretamente cadastrado.

Para fazer uma reclamação ele disse que basta a população ligar para o número: (85) 3452-9318. As topiques são monitoradas 24 horas por dia pela Etufor, através de sistema de posicionamento global (GPS) para que em casos de qualquer ocorrência o órgão já seja avisado. “A pessoa passa a reclamação para Etufor e a nossa equipe mais próxima do local vai averiguar o caso”. Quando o usuário se sente prejudicado, explicou Medeiros, o órgão houve o permissionário e o motorista, depois coloca os fatos na ficha deles. Se algo acontecer novamente, dependendo da gravidade, a carteira do motorista pode até ser caçada. “Precisamos ouvir os dois lados e investigar o caso para que ninguém seja prejudicado”, frisou.

Indignação
“Algo precisa ser feito para que esses problemas com o transporte público de Fortaleza não aconteçam novamente”
Liliane Luz Alves de OliveiraJornalista

THIAGO ROCHAESPECIAL PARA CIDADE 
Fonte: Diário do Nordeste