Um telefonema anônimo aumentou as especulações em torno da morte do modelo e promotor de eventos cearense Johnny Moura de Melo, de 22 anos. A ligação, recebida no fim da tarde de ontem na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), teria sido do suposto assassino da vítima, de acordo com a diretora da Especializada, delegada Socorro Portela. O homem afirmou que tem a intenção de se entregar hoje. Entretanto, no telefonema, ele não se identificou nem forneceu muitas informações.
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A delegada, contudo, mantém o foco nos depoimentos tomados desde a manhã de domingo (27), quando o modelo foi assassinado com um tiro de pistola calibre 380 na cabeça, ao sair de uma festa em um buffet localizado na Avenida Engenheiro Luiz Vieira, bairro Dunas.
“Uma pessoa ligou para a Divisão, mas não falei com ela. Geralmente, falam comigo. Há muita especulação, não sei se procede. A pessoa disse que ia se entregar nesta terça-feira, mas ninguém sabe, não há nada ainda. Foram muitas informações. Outros já falam que ele fugiu do Ceará. Estamos colhendo informações”, disse.
Sete pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil nos trabalhos que investigam a morte do modelo. As apurações estão a cargo da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Especializada não confirma a identificação de suspeitos, mas garante que os trabalhos estão adiantados. Imagens de câmeras de segurança e os depoimentos, especialmente de um segurança particular, seriam as chaves para elucidar o assassinato. Na manhã de ontem, foi sepultado o corpo do modelo no Cemitério São João Batista, no Centro de Fortaleza. O cortejo deixou a capela do Cemitério às 11h. Centenas de amigos e familiares foram ao local prestar as últimas homenagens a Johnny. “Apesar daquele tamanhão dele, chegava sempre de um em um e dizia: ‘eu te amo, cara’. Não tinha vergonha de dizer isso a ninguém”, relatou um amigo da vítima, bastante emocionado.
Atletas do time de polo aquático, uma das paixões de Johnny, também estiveram no cemitério prestando as últimas homenagens. O grito de guerra, que costumeiramente era puxado por ele, foi repetido pelos jogadores, sendo seguido por aplausos.
“Não queremos que caia no esquecimento, que seja apenas mais um. Os responsáveis por essa barbaridade têm de ser punidos”, relatou outro amigo, entre lágrimas, abraçado a outro conhecido da vítima.
De acordo com a Polícia, o modelo revidou a um assédio sofrido pela namorada, dando um soco no nariz de outro homem. Conforme amigos, Johnny era bastante ciumento. Ele deixou a festa com a namorada e duas amigas. Já na saída do estacionamento, Johnny baixou o vidro do carro em que estava, uma Ford Ecosport de cor branca. Um homem aproximou-se, puxou a cabeça do modelo atirou.
Após o crime, passaram a ser divulgadas nas redes sociais a foto de um empresário, que era apontado pelas mensagens como sendo o homem com quem Johnny teve o desentendimento na festa. Segundo a titular da DHPP, delegada Socorro Portela, a pessoa já teria procurado a Delegacia temendo pela própria segurança e ainda conforme a presidente do inquérito, o homem, que é casado, não teria envolvimento algum no caso. “Essa pessoa indicada nas redes sociais como suspeito, compareceu à DHPP. Ele estava na festa mas com uma camisa diferente da do assassino. Ela não foi reconhecida pelas testemunhas oculares. Houve um equívoco, não sei de quem. Posso garantir que não foi da Polícia. Essa informação não saiu de nós. Estamos ainda colhendo informações. Temos alguns nomes, mas ainda não podem ser divulgados”, disse Socorro Portela.
Importância
A delegada enfatizou que os relatos testemunhais são de extrema importância para a resolução do crime. Socorro Portela garante que já recebeu informações e que denúncias têm garantido o anonimato da fonte.
“Segundo testemunhas, essa pessoa que matou não foi a mesma que foi agredida por Johnny, mas estava perto do ciclo de amizades do homem com quem o modelo se desentendeu. Quem tiver informação, ligue para a DHPP. Foi um crime presenciado por muitas pessoas, havia cerca de 30 a 50 pessoas que presenciaram”, disse.
Imagens de câmeras de segurança localizadas próximo ao local do crime foram analisadas na tentativa de obter mais informações acerca dos envolvidos no assassinato. Os trabalhos de investigação continuam, à base da montagem do ‘quebra-cabeças’. As principais personagens que testemunharam a cena do crime já foram ouvidas. “As pessoas que estavam no carro com o Johnny foram ouvidas. Elas ficaram muito assustadas. Uma delas, saiu correndo atrás do assassino após o tiro. Domingo ela voltou ao local com a equipe e mostrou a direção de fuga”.
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
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