O bilhete único do sistema de transporte público de ônibus de Fortaleza, previsto para operar em 15 de junho, usará tecnologia de reconhecimento facial do usuário. Para isso, será implantada uma câmera fotográfica em cada um dos 1.923 ônibus da frota, mais um software integrado aos validadores. Principal objetivo da iniciativa é evitar fraudes e perdas financeiras ao sistema.
O custo da implantação da checagem biométrica está estimado em R$ 2 milhões e deverá bancado pelas empresas concessionárias, conforme informou Antonio Ferreira, diretor técnico da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), gestora do transporte urbano da Capital.
Não será necessária licitação para o fornecimento do serviço, já que faz parte dos investimentos previstos no contrato de concessão de uso do transporte público entre a Prefeitura de Fortaleza e as empresas vencedoras da licitação, explicou Ferreira. O contrato foi firmado ano passado e vale por 15 anos, renovável por mais 15 anos.
Com o bilhete único, o passageiro poderá deslocar-se, fora dos terminais de integração, por qualquer distância, no período de duas horas, pagando apenas o valor de uma passagem. A iniciativa é uma promessa de campanha do prefeito Roberto Cláudio.
A Prefeitura vai realizar um cadastramento e os primeiros testes já em abril, revelou Ferreira. “A gente vai fazer um trabalho de mídia para o usuário. Se você for convocar, sem dizer os benefícios, ele talvez não entenda”, afirmou.
O software de reconhecimento facial é de origem alemã e funciona calculando as medidas do rosto para comparar com a imagem que estará registrada no chip do cartão do beneficiário.
O diretor técnico da Etufor garante que a tecnologia é amplamente dominada, já tendo sido implantada no transporte público em Ilhéus (BA), Cabo Frio (RJ), Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO), por exemplo. Para o serviço de “bilhete único”, é considerado pioneiro no Brasil. Antonio Ferreira afirmou que o investimento não vai impactar no valor da tarifa de ônibus.
Impacto reduzido
Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Ceará (Sindiônibus-CE), Dimas Barreira, a biometria foi uma solução para evitar fraudes e perdas financeiras.
Não há uma estimativa de quanto será arrecadado a menos, mas o Sindiônibus estima 92% dos passageiros mais frequentes vai pela manhã e volta no final da tarde. Por tanto, não vão utilizar o “bilhete único”. “Mas isso não significa que as pessoas não façam outros usos. Pode ter até acréscimo de usuários, porque passou a ficar mais atraente”, ressalta.
Saiba mais
Redução no custo
Empresa 1 é o nome da empresa que vai instalar o sistema biométrico nos ônibus em Fortaleza. A companhia já é responsável pelos validadores dos carros, por isso, o custo do investimento ficou reduzido, já que o sistema de bilhetagem já está preparado para a instalação do software. Por ônibus, o investimento será de cerca de R$ 1 mil, explicou o diretor técnico da Etufor, Antonio Ferreira. O validador receberá o software, que será integrado a uma câmera.
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