O consumidor começou a sentir o impacto do aumento no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) anunciado pela Petrobras na última segunda-feira, 4. O custo do botijão de gás de cozinha de 13 kg nas refinarias saltou pouco mais de 1,03%. Mas, nas revendas pesquisadas pelo O POVO, em Fortaleza, a variação de preços chega a 14%, entre R$ 70 e R$ 80. Este último foi o valor mais observado nos locais visitados.
Era esperado que o item subisse de precificação na semana passada, mas O POVO observou, em diferentes revendas na Capital, que empresários seguraram os aumentos, às vezes, por terem estoque. O repasse total dos novos valores nos estabelecimentos se dará apenas hoje.
Conforme o Sistema de Levantamento de Preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 54 pontos pesquisados pela agência, o valor médio foi fixado em R$ 75,56, em Fortaleza. Apesar de alto, a atualização da tabela, no último dia 8, revela que o GLP mais caro do Estado era comercializado a R$ 78,33.
Administradora da Sol Gás, revenda da Liquigás no bairro José Bonifácio, Aline Ponte, 29, diz que desde o anúncio da Petrobras, os clientes perguntam se o preço já tinha sido reajustado. Mas ela garante que durante a semana passada o custo do produto não sofreu alteração, permanecendo em R$ 78. Somente hoje aumentará. “Temos postos no Bom Jardim e Siqueira e lá os preços já aumentaram. Aqui seguramos para esperar o movimento do mercado”, afirma.
A autônoma Lúcia de Fátima Barreto, 45, lamenta o novo valor e diz que nem tem mais formas de poupar o item, pois as principais medidas para economizar já foram tomadas. “Afeta bastante o orçamento, pois já estava caro. O gás de cozinha é uma coisa que não vivemos sem, é essencial”.
 O reajuste de valores faz parte da política econômica da Petrobras e é realizado a cada três meses. As elevações nas cotações internacionais do GLP implicam alta. A referência é a média dos preços do propano e butano no mercado europeu, acrescida da margem de 5%.
Consultor na área de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti disse que, neste ano, acredita que o valor continue variando hora em baixa, hora em alta. “O preço é livre. Não existe uma legislação regulando valores. A alta existe e é resultante de movimento em relação ao petróleo cru, no mercado internacional, de alta após longo período em baixa”, revela.
Ao fim do ano, os custos com GLP podem alcançar de R$ 88 a R$ 90, estima o especialista. Iughetti ainda diz que há 10 dias os preços começaram a se elevar no
mercado internacional.
A alternativa para as variações de preços do mercado e aos possíveis transtornos na hora de trocar o botijão é a opção de gás encanado, presente, principalmente, em prédios e condomínios.
O professor Leandro Rocco, 38, revela que não costuma comprar botijões, pois se utiliza do recurso. “Onde moro já existe o gás encanado para o prédio inteiro. Existe o medidor individual em cada casa e é muito mais prático do que precisar fazer deslocamentos para compra ou ligar pedindo gás. É melhor, mesmo sendo um pouco mais caro”, avalia.
Fonte: O Povo Online
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