Eleições 2024

Qualidade da banda larga no CE será medida em 298 pontos

Será avaliada, principalmente, a relação entre a velocidade contratada e a oferecida pela tele

A qualidade da banda larga oferecida pelas empresas de telecomunicação no Ceará deve começar a ser avaliada pelos usuários a partir de novembro, logo depois que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concluir a instalação de 298 medidores em PCs de usuários voluntários. Os equipamentos e os softwares atuarão tanto no serviço de internet fixa quanto na móvel e devem estar prontos já amanhã, de acordo com o estipulado pelo projeto Brasil Banda Larga.

Os indicadores avaliados serão velocidade instantânea, velocidade média, disponibilidade e período de transmissão FOTO: JL ROSA

Os primeiros resultados da medição, no entanto, só deverão sair em dezembro e investigam, principalmente, a relação entre a velocidade contratada pelo cliente e a oferecida pela tele. Criado em 2012, o programa tem duração de cinco anos e teve origem na principal crise do setor, quando operadoras tiveram as vendas de chips suspensas em vários estados brasileiros.

A agência definiu agosto para a divulgação dos primeiros resultados em cinco estados, depois ficou para 11 em outubro e deve chegar a todos os 27 estados e o Distrito Federal em dezembro.

Na fixa, três empresas

Entre as empresas de banda larga fixa que se enquadraram no perfil estipulado pela Anatel (número de clientes versus população do Estado), aqui no Ceará, apenas Oi, GVT e NET serão avaliadas pelos usuários a partir da instalação de 131 medidores. A primeira terá 70 aparelhos, enquanto as demais, respectivamente, terão 35 e26.

O medidor, chamado whitebox, deve ser instalado no PC do usuário e, segundo promete a Anatel, “ele executa testes que medem o desempenho da banda larga e não coleta qualquer dado além dessas informações”.

20% de velocidade mínima

Para a banda larga fixa, devem ser avaliados no Ceará – como vem sendo feito nos outros estados do Brasil – os indicadores: velocidade instantânea, velocidade média, disponibilidade e período de transmissão.

Segundo as regras pré-estabelecidas pela Anatel, para a velocidade instantânea, as empresas teriam que, em pelo menos 95% das medições, apresentar velocidade de, no mínimo, 20% do que foi contratado. Já a velocidade média medida durante o mês.

Móvel com mais medidores

A insatisfação dos cearenses com o serviço de telefonia celular parece ter refletido no número de voluntários selecionados para avaliar a banda larga móvel no Estado. Ao todo, dos 298, serão 167 medidores instalados exclusivamente para conferir a qualidade do 3G e também do 4G.

Com a justificativa de usar “um modelo estatístico para dar validade ao tamanho da amostra”, a Anatel não seguiu a mesma ordem de relevância das empresas para o mercado local quando definiu a distribuição dos medidores. Líder nacional na telefonia celular, mas última na preferência dos cearenses (4,6% do market share local), a Vivo é a que mais terá o serviço de banda larga móvel medido, com 64 medidores vistoriando a qualidade ofertada por ela.

Já a segunda operadora que será mais vigiada pelos usuários no Estado será a TIM, a qual deverá contar com 33 medidores instalados até amanhã. Completam a lista a Claro (29 equipamentos de vigia) e a Oi (26).

Na banda larga móvel, os critérios avaliados serão: a velocidade instantânea (velocidade de upload e download apurada no momento de utilização), a velocidade média (que é a média das medições da instantânea apuradas durante o mês) e a latência (o período de transmissão de ida e volta de um pacote).

Aos interessados em participar do projeto, a agência indica acessar o site:http://www.brasilbandalarga.com.br/.

Serviço deve crescer 54% em 4 anos

São Paulo. O número de conexões de banda larga no Brasil chegou a 27,2 milhões de pontos em junho, considerando acessos fixos e por modem 3G, crescimento de 15,3% em relação ao ano passado, segundo o relatório semestral da Cisco.

Também por meio do estudo, realizado em conjunto com o instituto IDC, a empresa prevê que, até 2017, esse número passará a ser 43,76 milhões, um incremento de 54,2% em relação à estimativa para o fim deste ano, que é de 28,38 milhões de conexões.

A empresa atribui o crescimento às iniciativas governamentais e privadas no sentido de expandir o acesso à internet, impulsionadas pela realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no País.

Acesso móvel estimula

Outro responsável pelo crescimento é o acesso móvel – o que inclui a chegada do 4G. Das atuais conexões, 19,9 milhões são fixas e 7,3 milhões são móveis – esses dois tipos cresceram 14% e 19%, respectivamente, no último ano. São considerados pontos móveis os acessos pós-pagos por meio de tablets e de modem 3G ou 4G (conectados por USB ao computador).

Aceleração

Segundo Samuel Rodrigues, analista de telecomunicações do IDC e responsável pelo relatório, há uma aceleração na adoção desse tipo de conexão móvel – seus usuários são pessoas que já têm conexão fixa em casa e que pagam pelo acesso do tipo ou moradores de áreas mal guarnecidas de opções de banda larga residencial. “Vemos que a banda larga fixa continua crescendo, e isso deve ajudar o Brasil nos próximos anos, já que o principal problema econômico atual no País é o de produtividade”, disse o presidente da Cisco no Brasil, Rodrigo Dienstmann. “Isso tem grande impacto em serviços públicos, como de educação e de saúde.” A empresa disse, ainda, que o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) e seu respectivo regime especial de tributação, o REPNBL, são fatores que colaboram para a previsão de aumento na capilaridade da internet.

Um dos problemas apresentados é a baixa velocidade de grande parte das conexões brasileiras 41% dos usuários ainda pagam por uma conexão de menos de 2 Mbps.

Barômetro

A IDC e a Cisco fazem o relatório, intitulado Barômetro, a cada seis meses, com dados fornecidos por Vivo (Telefônica), Claro e NET (Embratel), Oi, TIM, GVT, Algar Telecom, Star One e provedores menores, além de outras fontes de dados, como o governo e publicações jornalísticas.

Preço médio

O preço médio pago pelo brasileiro por banda larga seguiu sendo de R$ 64, apesar de a velocidade média ter subido 556 Kbps (para 4,88 Mbps) no último ano.

Telefonia móvel atinge 936 reclamações no Procon

Assim como vem ocorrendo ao longo dos últimos anos, as operadoras de telefonia móvel seguem como uma das maiores responsáveis pelas queixas dos consumidores da Capital. Para se ter uma ideia, até ontem o Procon Fortaleza já havia registrado 936 reclamações que envolviam empresas do setor, um número 22,5% maior do que o alcançado em igual período do ano passado (764), apesar das constantes multas e repreensões recebidas por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A cobrança indevida é o serviço de telefonia móvel com o maior número de reclamações no Procon, já que, até ontem, 764 queixas foram registradas pelo órgão na Capital por este motivo FOTO: SILVANA TARELHO

A informação foi revelada ontem pela assessora jurídica do Procon Fortaleza, Joselice Freitas, durante a sessão inaugural da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da telefonia, que ocorreu na Assembleia Legislativa. “No geral, a telefonia móvel ocupa o segundo lugar entre os serviços mais reclamados no Procon. Acredito que a Anatel se justifica muito e mostra pouca efetividade. Precisamos de um maior compromisso por parte da agência”, criticou Freitas.

Maiores queixas

Ainda de acordo com a assessora jurídica do órgão municipal, a cobrança indevida é o serviço de telefonia móvel com o maior número de reclamações junto ao Procon, já que, até ontem, 764 queixas foram registradas.

“Esse abuso nas cobranças é o que mais presenciamos. O segundo lugar diz respeito à insatisfação com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das empresas, com 38 registros, e a terceira posição fica com a alteração unilateral dos contratos, que teve 31reclamações”, afirmou.

Decon também critica

Durante a CPI realizada ontem, a promotora de justiça e secretária executiva do Decon Ceará, Nádia Maia, também criticou duramente o serviço oferecido atualmente pelas operadoras de telefonia. “Elas sempre estão em destaque entre as empresas mais reclamadas do Ceará. O primeiro lugar hoje, aliás, pertence a uma delas”, disse.

“Aproximadamente 90% do tempo gasto pelo Decon em atendimentos é destinado a consumidores da telefonia”, acrescentou Nádia Maia. A secretária executiva do Decon no Estado disse ainda não entender a “lógica suicida” das operadoras. “É simplesmente incompreensível que as empresas sigam desrespeitando os consumidores e afastando-os cada vez mais. Conquistar um novo cliente sai até cinco vezes mais caro do que manter um antigo”, comentou a jurista.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER

Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz