Quais os problemas gerados pelo descarte inadequado de lixo? No caso de vias públicas, além do impacto visual negativo, trata-se de uma questão sanitária que pode colocar em risco a saúde da população. Para chamar a atenção para o problema, Fortaleza recebe, neste mês, a segunda edição do Movimento Limpa Brasil. O foco são professores da rede municipal de ensino, que vão se tornar multiplicadores através do incentivo à reflexão para a mudança de atitude do cidadão em relação ao hábito de jogar lixo na rua. Além de ações de limpeza e conscientização, 300 profissionais estão sendo capacitados.
“O objetivo é simples, porém desafiador: educar, sensibilizar e mobilizar a sociedade acerca dos problemas sociais e ambientais causados pelo descarte incorreto daquilo que a gente ainda chama de lixo, que na verdade são os resíduos recicláveis e orgânicos”, destaca Tião Santos, um dos fundadores da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, Rio de Janeiro, e protagonista do documentário “Lixo Extraordinário”, que relata a história dos catadores de Gramacho.
Ele acredita que só através da mudança na forma de as pessoas descartarem os resíduos é que será possível alcançar a sustentabilidade. “A gente precisa aplicar a educação ambiental na escola e temos o professor como maior parceiro”, esclarece.
Charliany Morais, presidente da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Fortaleza e Região Metropolitana (Coopmares), comenta que, em Fortaleza, existem três centros de triagem de materiais recicláveis. No entanto, para que o trabalho de coleta seja potencializado, diz que o ideal é que cada Regional tenha, pelo menos, um galpão para receber a demanda dos bairros daquela região. Em Fortaleza, existem 13 associações ou grupos organizados de catadores de materiais recicláveis.
Separar o resíduo seco do molhado, ou seja, o lixo orgânico dos demais, é uma medida simples que pode melhorar o trabalho dos catadores, destaca Charliany. Quando as pessoas misturam o lixo, os catadores perdem muito, porque o material tem o preço reduzido, sem falar no tempo para separar um resíduo do outro, explica a presidente da cooperativa.
Águeda Muniz, titular da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), afirma que a Prefeitura de Fortaleza está trabalhando para que cada Regional tenha o seu próprio centro de triagem de materiais. A secretária salienta ainda que, de 2013 até este ano, três centros foram abertos quando, antes, não havia nenhum na Capital. Contudo, muito mais do que recolher toneladas de resíduos, complementa a gestora, o mais importante é atingir o maior número possível de pessoas.
Iniciativa
O projeto Limpa Brasil já passou por 22 cidades e está em Fortaleza pela segunda vez. A iniciativa conta com patrocínio da Prefeitura, da C. Rolim Engenharia, Nacional Gás, Esmaltec, Hipercor, Indaiá, Hotel Sonata de Iracema, Faculdade CDL, Sindigráfica, Beach Park e Universidade de Fortaleza (Unifor).
Fonte: Diário do Nordeste
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