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Professores de Fortaleza rejeitam proposta da prefeitura e mantêm greve por reajuste salarial

Professores de Fortaleza param as atividades nesta terça, data oficial do retorno às aulas — Foto: Divulgação

Os professores da rede municipal de Fortaleza rejeitaram a proposta de reajuste salarial da Prefeitura de Fortaleza nesta sexta-feira (2), decidindo continuar com a paralisação aprovada no último dia 29 de janeiro.

Os professores reivindicam um reajuste salarial direto de 10,09%, o que colocaria o piso salarial em R$ 4.580,57. Em reunião com a categoria nesta sexta-feira, a prefeitura ofereceu uma proposta de reajuste parcelado, que, segundo a prefeitura,  ao final deixaria o piso salarial em R$ 4.592,61, um aumento de 10,3%.

A proposta da prefeitura previa um reajuste salarial inicial de 3,62% retroativo a janeiro de 2024, aumentando para 4,62% a partir de junho. A gestão também propôs a incorporação ao salário dos educadores de pelo menos 5,5% do benefício chamado “regência de classe”, que hoje constitui uma gratificação de 20% do salário.

Conforme o Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), os professores estão demandando 10,09% de reajuste, incluindo o índice de 3,62% referente a 2024 e mais 7,64% referentes a uma defasagem que viria desde 2017. O valor não conta com a incorporação da regência de classe, como proposta pela prefeitura.

Em nota, o Sindiute afirmou que outras demandas, como mudanças no Plano de Cargos, Carreiras e Salários e alterações de contribuição previdenciária também não contempladas na proposta da prefeitura, por isso, os professores optaram por manter a greve.

Na última terça-feira (30), data oficial do início do ano letivo para o retorno do ano letivo de 2024, algumas escolas municipais de Fortaleza não receberam os alunos por causa da paralisação dos professores.

Escolas sem aula na volta do ano letivo

Durante a manhã da terça-feira (3), a reportagem da TV Verdes Mares esteve em algumas unidades de ensino de Fortaleza e constatou que as aulas em escolas nos bairros Jardim Iracema, Conjunto Ceará e Mondubim estavam suspensas.

Na Escola Professor Jacinto Botelho, no Mondubim, por exemplo, não houve movimentação de pessoas na unidade. Alguns pais inclusive chegaram a ir à escola com os filhos, mas tiveram que retornar com eles para casa.

A decisão da paralisação aconteceu durante assembleia realizada pelo Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), na manhã de segunda-feira (29), na Escola Municipal de Tempo Integral Filgueiras Lima, no Bairro Jardim América.

Uma audiência foi realizada nesta terça-feira entre o prefeito de José Sarto (PDT) e representantes dos professores. Houve um diálogo sobre o reajuste salarial e outras reivindicações da categoria, mas não aconteceu o acordo. Uma nova reunião foi marcada para próxima sexta-feira (2).

“Acabei de me reunir com representantes dos professores do município para dialogar sobre o reajuste salarial e outras reivindicações da categoria. Uma nova reunião acontecerá até a próxima sexta-feira (2) para a Prefeitura apresentar uma proposta”, afirmou José Sarto.

Sobre a falta de aulas em algumas unidades, a Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza (SME), reforçou que o calendário escolar começa nesta terça-feira e as unidades de ensino estão abertas e alimentação para os alunos é fornecida.

A pasta afirmou que “não há escolas fechadas e se isso ocorre em algumas unidades é porque alguns professores aderiram à paralisação”.

Por fim, a prefeitura segue dialogando com representantes sindicais dos professores, para discutir o reajuste salarial e outras reivindicações da categoria.

Outras cobranças da categoria

O principal objetivo da categoria é o reajuste salarial, mas outras demandas são pautadas para negociação com a gestão municipal.

Entre elas estão:

  • Reprovação do desconto de 14% dos salários dos aposentados e exigência a restituição desse valor.
  • Garantia de direitos iguais para os docentes aprovados no concurso de 2022, que perderam os direitos aos anuênios e à licença-prêmio.
  • Inclusão dos funcionários de escola no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, além da aplicação da CLT para os professores substitutos e a realização de concursos públicos para professores, técnicos, supervisores e orientadores.

Fonte: https://g1.globo.com/

 

Zeudir Queiroz