Preço de itens do material escolar varia até 217,5% em Fortaleza

Para atender à demanda, profissionais temporários foram contratados nas livrarias da Capital Lápis, borracha, caderno, lápis de cor, caneta, cola, corretivo… Todos sabem que a lista de material escolar é extensa e pesa no bolso dos pais. Antecipar as compras sempre foi uma alternativa para garantir preços menores, mas os consumidores de Fortaleza vão encontrar mais dificuldades para economizar neste ano, mesmo comprando cedo. Quantidade de clientes nas lojas que vendem material escolar é grande desde o último fim de semana e fluxo continuará aumentando, garantem os gerentes dos estabelecimentos Foto: natinho rodrigues Como o calendário letivo de 2014 foi adiantado em grande parte das escolas da Capital, os donos de livrarias aproveitaram para ampliar o quadro de colaboradores, a oferta de itens e reajustar os valores das mercadorias entre 5% e 10%, pois sabiam que o fluxo de clientes começaria a se intensificar ainda na primeira semana de dezembro. A reportagem visitou quatro livrarias do Centro para pesquisar os preços dos principais materiais da lista e identificar a variação entre eles. A diferença mais significativa foi de 217,5%, referente à lapiseira 0.7 da marca Mercur. Já a menor variação encontrada está ligada à cola bastão Scotch de 8 gramas, 19,4%. A quantidade de clientes nos estabelecimentos que vendem material escolar é grande desde o último fim de semana e continuará aumentando, garantem os gerentes. Mas, por enquanto, o consumidor consegue ser atendido rapidamente e fazer as compras com tranquilidade, pesquisando melhor os preços. Alternativa Para fugir da lotação, a microempresária Josy Mary Matias, moradora do bairro Messejana, foi ao Centro para comprar o material escolar da filha Laura, de 7 anos. A menina, que estava acompanhada da mãe, é fundamental na hora da escolha. Assim como grande parte das crianças, prefere itens personalizados, com personagens de desenhos animados. Neste ano, Laura pediu cadernos que trazem a boneca Polly na capa. Legislação “Apesar de ser um pouquinho mais caro que os mais comuns, comprei, já que o colégio mandou uma relação menor neste ano”, afirma Josy, lembrando que a redução está ligada à lei federal que proíbe itens coletivos na lista de material. Contudo, mesmo com a legislação, é comum encontrar listagens de instituições que ainda solicitam materiais coletivos, como explica a gerente da Sodine Store, Maria Josueuda da Ponte. A loja está localizada na Rua Floriano Peixoto. “Várias escolas pedem resmas de papel e copos descartáveis. Tem pais que sabem da lei e não compram, outros acabam levando os produtos”, comenta. Descontos Embora os preços já tenham sido reajustados, Maria Josueuda informa que o consumidor ainda consegue encontrar livrarias com promoções, principalmente, em relação a mercadorias fora de linha. “Mas tem que ser logo, porque a oferta é maior de produtos novos. E ainda tem muita coisa para chegar”, fala. E foi justamente para conseguir economizar que a dona de casa Jamandsa da Costa saiu do município de Quixeramobim, a 216 quilômetros de Fortaleza, para comprar o material escolar do filho Jarlyson, que vai começar a estudar em 2014. O marido dela, Jocélio da Costa, é aposentado e garante que a viagem de quase três horas à Capital valeu a pena. “A gente tira o dinheiro da gasolina e ainda economiza. Em Quixeramobim, tudo é mais caro. Acho que, se a gente fosse comprar lá, o material escolar sairia 50% mais caro. Vamos aproveitar para comprar roupas para o Natal e Ano-Novo”, declara. Para atender à demanda de clientes típica do período, as livrarias – até mesmo as de menor porte – contratam colaboradores temporários, tanto vendedores quanto caixas. A loja Comercial Dantas, também localizada na Floriano Peixoto, incrementou o número de funcionários em 50%, como explica a gerente do estabelecimento, Iolanda Ferreira. “Tínhamos dez pessoas trabalhando e contratamos mais cinco”. Na Sodine Store, bem como na Livraria Pedro I e na Livraria do Estudante – ambas situadas na Rua Major Facundo – o quadro de colaboradores também foi ampliado no período. RAONE SARAIVA REPÓRTER ENQUETE Pesquisar ainda é a melhor forma de economizar “Tenho um casal de filhos, por isso, o gasto é maior. Notei que os preços foram reajustados. O jeito é pesquisar e tentar encontrar os materiais bons, mas mais em conta” Rachel Almeida Universitária “Vim comprar o material dos meus netos. Quanto mais cedo a gente comprar, melhor. Ainda dá para encontrar preços bons. É só fugir da correria do início do ano e escolher com calma” Belchior Ribeiro Aposentado Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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