Órgãos públicos testemunharam vários detentos lesionados, alguns de forma ‘preocupante’, com marcas de pancadas pelo corpo, pés e costas machucados.
Onze policiais penais são investigados por torturar e quebrar dedos de detentos no Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (IPPO II), no município de Itaitinga, na Grande Fortaleza. Investigações da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) apontaram que 72 detentos sofreram agressões leves ou graves.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) também participaram das investigações.
O promotor de Justiça Nelson Gesteira relatou que, durante as visitas à unidade prisional, foi constatado que havia vários detentos lesionados. Alguns de forma “preocupante, pois apresentavam marcas pelo corpo, pés e costas machucados pela ação da tonfa, uma espécie de cassetete”.
“Nessa ala, essa triagem onde tinha presos transferidos de outras unidades, nós detectamos essas celas, essas seis celas com internos lesionados. Nós tínhamos hematomas, ou seja, machas rochas, e de pancadas. Tínhamos olho roxo, fratura em pé e vários tipos de lesões próprios de agressão.”
A promotora de Justiça Ana Gesteira disse que o resultado das investigações devem sair ainda esse ano e que várias pessoas foram ouvidas, dentre elas os detentos e testemunhas.
“As vítimas já foram ouvidas, as testemunhas da acusação da defesa e os acusados já foram interrogados. Agora estamos na fase que chamamos de Produção de Diligências, ou seja, vamos investigar e trazer novos elementos de provas tanto para que o juiz possa decidir para as partes que possam apresentar suas conclusões dos fatos e depois vai para sentença. Ainda esse ano vamos trazer uma resposta.”
Os policiais penais foram presos em 17 de outubro de 2022. Eles foram detidos durante uma operação do Ministério Público em parceria com a CGD.
Foram cumpridos a época cinco mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva contra os policiais penais.
A investigação apontou justamente a prática de diversos episódios de crime de tortura praticados ao longo de 2022. Na época, o Ministério Público disse que a natureza dos crimes investigados são considerados hediondos.
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