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O Conjunto São Miguel – área com elevado índice de violência – agora tem circuito de videomonitoramento com 19 câmeras espalhadas em pontos estratégicos. A ocupação faz parte do programa Crack, É Possível Vencer e conta com parceria entre os governos federal, estadual e municipal. Historicamente, o São Miguel, em Messejana, é dividido entre os grupos rivais Coqueiro e Mangueira.
Desde a noite de segunda-feira, 26, as ruas e becos do conjunto têm imagens geradas para uma base móvel, conforme explica o tenente Messias Mendes, comandante do policiamento do programa. Desde a implantação do sistema até a tarde de ontem, nenhuma ação violenta havia sido flagrada pelas câmeras. Cada equipamento consegue filmar um raio de 1,5 quilômetro. No total, de acordo com o tenente, são cobertos três quilômetros quadrados.
Programa
O tenente Messias Mendes explica que o programa é dividido em três eixos: cuidado, prevenção e autoridade. Os policiais estão realizando mobilizações na área do São Miguel, como aulas de karatê comunitário e programas educacionais com os moradores.
Os equipamentos ainda estão em fase experimental. A base móvel, ocupada por homens da Guarda Municipal, possui outras sete câmeras para ajudar no videomonitoramento do São Miguel. Os agentes utilizam armamentos não letais (modelo Spark). Os próximos bairros de Fortaleza que devem receber circuitos similares são Genibaú e Vicente Pinzon.
Além das câmeras (instaladas em postes), a Polícia tem duas viaturas e duas motocicletas disponíveis para apoio. Assim, quando for notada venda ou uso de drogas, por exemplo, os policiais são acionados e encaminhados diretamente para o local da ocorrência.
“Com a tecnologia, acabamos ampliando a capacidade de ocupação da Polícia. Mas é um trabalho de várias áreas. Quando identificarmos um usuário de drogas, por exemplo, podemos encaminhar para as estruturas de saúde responsáveis. Os moradores também podem procurar as equipes para relatar ações, denunciar”, explica.
Desde o dia 17 de abril, as equipes da Polícia já estavam no São Miguel utilizando as duas viaturas e as duas motocicletas que servem de apoio para a base móvel. Além das 19 câmeras, foram instalados retransmissores de sinal apenas para fazer as imagens geradas pelas câmeras serem captadas na base móvel.
O POVO entrou em contato com a Secretaria Municipal da Segurança Cidadã e solicitou uma fonte para falar sobre a instalação do programa em outros bairros. A assessoria de imprensa informou que a única pessoa habilitada para falar sobre o assunto estava em reunião e não poderia atender a reportagem ontem.
Saiba mais
O equipamento utilizado para o videomonitoramento foi financiado pelo Governo Federal. São câmeras, veículos e armamento não letal. Além da doação, é garantida a manutenção das bases móveis pelo período de dois anos.
Para participar do programa, os policiais fazem capacitações modulares de 160 horas/aula divididas nos temas: Multiplicador de Polícia Comunitária; Redes de Atenção e Cuidado; e Abordagem Policial a Pessoas em Situação de Risco.
Já foram distribuídos 64 bases móveis em todo o País. Os estados com mais equipamentos foram São Paulo (11) e Rio de Janeiro (5).