Três homens foram detidos por suspeita de envolvimento na desocupação de um terreno pertencente a uma fábrica desativada, ação que resultou na morte de Ana Mayane dos Reis Severino, de 28 anos, no Bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza. A vítima não residia no acampamento montado no local, que já estava em ocupação há cerca de 15 dias. A morte gerou revolta popular, com ônibus sendo atacados e barricadas em chamas bloqueando vias em protesto.
Durante a operação, a polícia deteve três homens encapuzados em um carro particular, suspeitos de participação na desocupação.
Secretaria da Segurança Pública não comenta detalhes
A identidade dos detidos não foi divulgada, e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não esclareceu se os suspeitos permaneceram presos ou foram liberados após prestarem depoimento. Em nota, a SSPDS informou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) segue investigando o envolvimento dessas pessoas e que mais informações serão divulgadas posteriormente, para não comprometer as investigações.
De acordo com testemunhas, os homens encapuzados que realizaram a retirada dos ocupantes alegaram ser policiais no momento da ação. Quando questionada pela imprensa sobre a veracidade dessa alegação, a Secretaria da Segurança não se pronunciou. Durante o momento da detenção, os suspeitos não foram algemados e permaneceram encapuzados, sob vigilância policial.
A 4ª Delegacia do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) está encarregada de investigar as circunstâncias da morte de Ana Mayane, enquanto os ataques violentos na região estão sob investigação do 1º Distrito Policial (DP).
Empresa dona do terreno se manifesta
A Fiotex, empresa proprietária do terreno, enviou uma nota afirmando que foi informada pela Polícia Militar na tarde de sexta-feira (6) sobre a ocupação irregular do local. A empresa registrou um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial e, na madrugada de terça-feira (10), tomou providências para encerrar a demarcação ilegal.
Ainda segundo a Fiotex, a ação de desocupação ocorreu de forma pacífica até que pessoas vindas de fora do terreno iniciaram ataques com pedras e fogo, resultando em confronto. A empresa afirmou que um trator foi destruído e incendiado, e dois colaboradores ficaram feridos.
A Polícia Militar esclareceu que notificou a empresa sobre as demarcações irregulares, orientando sobre a adoção de medidas judiciais adequadas, mas negou qualquer participação na desocupação. Os agentes foram acionados apenas pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) já na manhã de terça-feira. As possíveis presenças de viaturas ou policiais antes desse chamado serão averiguadas.
A Fiotex reforçou que não compactua com atos de violência e está à disposição das autoridades para colaborar nas investigações, expressando solidariedade à família de Ana Mayane e às demais vítimas.
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Com informações do G1
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