Pelas ruas: caminhada pede paz em Fortaleza

Entre as atrações, esteve o cantor Fagner, que emocionou o público entoando a Oração de São Francisco

Os altos índices de violência na Capital fizeram com que centenas de pessoas saíssem de casa em pleno domingo para fazer uma caminhada pela paz. O “Queremos Paz” – evento realizado pela Arquidiocese de Fortaleza, pela Paróquia São Francisco de Assis e pelo Sistema Verdes Mares –, teve início às 15h de ontem com o terço da Misericórdia, ministrado pelo Padre Geilson, na matriz da Igreja de São Francisco de Assis, no bairro Jacarecanga. Em seguida, a multidão seguiu em direção ao Aterro da Praia de Iracema, onde o evento teve continuidade com uma série de atrações musicais.

O evento, realizado pela Arquidiocese, Paróquia São Francisco de Assis e Sistema Verdes Mares, terminou com shows no Aterro Foto: Lucas de Meneses

“A paz é um anseio de toda a humanidade. Essa paz interior que nós ansiamos é a paz da reconciliação nossa com Deus e com os homens e, por isso, nós estamos aqui nesta caminhada”, esclarece Afonso Ibiapina, da comissão organizadora do evento. Ele ressalta que Fortaleza assiste a altos índices de violência com o extermínio da juventude, agressões a mulheres, violência no trânsito e a questão da droga.

“É um grito que deve ecoar no coração de Deus para que a nossa cidade, que é a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, seja proclamada uma Fortaleza de paz. É isso que nós precisamos: de paz. E o príncipe da paz, o próprio Jesus, agora no Natal, com certeza deverá nascer e renascer no coração do nosso povo e, com esse renascimento, trazer a paz interior”, frisa. Ibiapina acrescenta que, ao pacificar o coração dos homens, se consegue pacificar uma cidade, transformando essa cidade da violência em uma Capital de paz.

Programação

A caminhada foi recebida no Aterro da Praia de Iracema com muita música. Passaram pelo palco do Aterro da Praia de Iracema o Coral Natal de Luz, a orquestra do Corpo de Bombeiros, Naldo José, Forró In Deus, Banda Misericórdia em Canção, Banda Lúminus e o Ministério Sopro de Deus. Mas a grande atração da noite foi o cantor cearense Raimundo Fagner, que abriu a sua apresentação com a Oração de São Francisco. Em seguida, dom Vasconcelos celebrou uma missa. As apresentações musicais continuaram até as 21h.

A estudante universitária Gardênia Cardoso, 32, ficou sabendo da caminhada pela rádio, durante a programação do Terço da Misericórdia. Ela disse que resolveu comparecer para somar o grito pela paz. “As pessoas têm que entender que somente através da paz nós vamos conseguir chegar a algum lugar. Vim clamar pela juventude, que está morrendo vítima da violência e pela união da família. A família unida na igreja é a solução”, sugere a estudante, afirmando que não se sente mais segura em nenhum local de Fortaleza.

Na visão do funcionário público Wisly Alves Franco, 53, a violência começa dentro de casa. Portanto, diz que a saída é evitar a violência dentro de casa, desde a relação dos pais, que acaba refletindo em ações nas ruas. “Uma criança criada no meio do ódio e do mundo das drogas só pode resultar em violência. Tem muitos pais e mães violentos, então os seus filhos acabam descontando isso fora de casa. Além de gostar dessas caminhadas, resolvi vir porque me identifiquei com o tema”, comenta.

O pároco da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Mucuripe, Alderi Leite, comenta que Jesus em cada Natal vem anunciar a paz. Porém, diz que é necessário ter mais compromisso entre governos e empresários, para que haja uma cidade digna para os jovens, com mais emprego. “Esse grito pela paz significa que nós cristãos, católicos ou evangélicos, temos que nos unir com Jesus para anunciar o seu grande amor, anunciado pela paz no Reino de Deus. O Reino é sinal de paz neste mundo”, reforça.

Fonte: Diário do Nordeste

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Zeudir Queiroz

Aceji - Associação Cearense de Jornalistas do Interior em Diretor

Comunicador há mais de 30 anos, comanda o Jornal dos Municípios, que veio de um programa da Rádio Clube de Fortaleza (antiga Ceará Rádio Clube) para as páginas de internet.Atualmente exerce o cargo de diretor da Associação Cearense de Jornalistas do Interior (ACEJI), sendo também ex-presidente da instituição.

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