O atendimento no Hospital Geral de Fortaleza ( HGF) e no Hospital Albert Sabin ficou prejudicado durante todo o dia de ontem, devido às paralisação de parte dos profissionais da enfermagem.
Na sala de espera do HGF, pelo menos 25 pacientes aguardavam atendimento ou transferência para outra unidade em macas ou deitados de forma improvisada por cima das cadeiras da sala, na noite de ontem. É corriqueira essa situação? “Não, está assim desde hoje (ontem), estamos super lotados e sem quase nenhum enfermeiro para atender”, relata o funcionário.
No Hospital Infantil Albert Sabin, uma enfermeira disse que “a situação estava muito difícil” e que diversas crianças, que precisavam ser transferidas com urgência para outra unidade não o estavam porque “não havia nenhum auxiliar (de enfermagem) que encaminhasse o processo”. O POVO foi aos dois hospitais ontem à noite e constatou a prestação insuficiente dos serviços dos profissionais de enfermagem, de nível técnico e superior, devido à paralisação da categoria, na noite segunda-feira.
Na noite de ontem, a paralisação foi avaliada pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-Ce), Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará (Senece-CE) e Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Ceará (Sindsaúde) como preocupante. “Não somos nem a favor nem contra a paralisação dos trabalhadores de enfermagem. Nossa preocupação, agora, é com a negação dos serviços prestados à população”, declarou a presidente do Coren CE, Celiana Muniz.
Segundo ela, em nenhum momento nem Coren nem sindicatos foram procurados para um diálogo mais sensato acerca da condução do processo de transição das Cooperativas que prestam serviço ao Governo do Estado e sobre o atraso dos salários de fevereiro e março, dos terceirizados, motivos da reivindicação.
O secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, divulgou nota, no final da manhã, em que convoca o retorno dos profissionais da enfermagem aos postos de trabalho sob pena de “responderem civil, criminal e administrativamente” diante da suspensão do atendimento à saúde da população.
A Cooperativa dos Profissionais de Enfermagem do Ceará (Coopen-Ce) perdeu a licitação à prestação dos serviços de enfermagem, prestados ao governo do estado, na última quarta-feira(27). Segundo a presidente da empresa, Najla Gurgel, 2.222 cooperados trabalham nos hospitais e hemocentros do Estado. Ela aguarda negociação com o Estado.
Do O Povo
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