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Padre Zezinho em Fortaleza

Não são poucas as bandas e personalidades da música cristã que devem reconhecimento a José Fernandes de Oliveira ou simplesmente Padre Zezinho. Ele foi o pioneiro da música popular católica. Até então, no Brasil, apenas os cânticos tradicionais reverberavam durante as missas. Foi o Pe. Zezinho quem primeiro levou sua fé, por meio da arte, em grandes shows, utilizando, a contragosto de muitos, a guitarra elétrica e a bateria em suas músicas.

Hoje, para comemorar os 45 anos de trajetória na canção católica brasileira, ele fará um show no Ginásio Paulo Sarasate. Entre suas recordações, ele frisa que o começo não foi fácil. Em 1968, em plena Ditadura Militar, o padre passou a ter reconhecimento e, ao mesmo tempo, ser bastante criticado pela “transgressão” que propunha através da música. “Cheguei a ser chamado de vaca sagrada, azucrinador da fé, destruidor”, lembra o religioso. Para ele, sua música passou a se entranhar no cotidiano dos jovens devido ao estilo novo que trazia.

Aos 70 anos, citando referências de Beatles, Elvis Presley, jazz, blues e música popular brasileira, ele conta como foi sua infância, ainda em Minas Gerais, até o início da carreira. “Meu pai era violeiro, então conheci a música roceira e caipira. Depois, fui estudar nos Estados Unidos e percebi que a música negra era muito bonita. Tive uma educação musical muito boa e pensei: dá para fazer música de igreja com esses elementos”, disse.

Para ele, que também encabeçou grupos de teatro durante sua trajetória, a arte é um meio de estar mais próximo das pessoas. É através dela que a tarefa de evangelizar se torna mais fluida. “Eu não só disse para os jovens, eu também deixei os jovens falarem. A arte suaviza as relações. Tudo é relação, seja no beijo, no abraço, no sexo ou nas relações espirituais”, explica.

Sobre seu sucesso, ele não faz questão de dividir prestígio. “O bom é que apareça gente que faça mais e melhor. Sou o pioneiro, mas não sou o melhor”, destaca, citando o boom dos novos padres cantores no País. Diante das muitas memórias, ele lembra de um momento que considera bastante importante, quando em 2007, apresentou-se para o Papa Bento XVI. “Quando cantei, ouviram mais a voz dos jovens do que a minha”, recorda-se.

Diante do sucesso de tantos ícones da música cristã, como Pe. Marcelo Rossi, Pe. Fábio de Melo, Pe. Reginaldo Manzotti, Irmã Kelly Patrícia, dentre outros, Pe. Zezinho reflete sobre uma grande batalha. Para ele, é necessário que a arte seja uma porta de comunicação entre o fiel e a palavra de Deus. “Esse é o grande desafio, o mensageiro nunca pode ser maior que a mensagem. Quando isso acontece, algo está errado”, finalizou.

Quem
ENTENDA A NOTÍCIA

Padre Zezinho é conhecido internacionalmente como precursor da música popular cristã no Brasil. Autor de mais de 300 títulos entre livros e CDs, foi ele que trouxe instrumentos modernos para dentro da igreja como a guitarra elétrica e a bateria

SERVIÇO

Show do Padre Zezinho
Quando: Hoje, 12, às 18h.
Onde: Ginásio Paulo Sarasate (Rua Idelfonso Albano, 2050 – Dionísio Torres)
Quanto: Quanto: R$ 15 (arquibancada), R$ 25 (cadeiras azuis), R$ 30 (cadeiras verdes) R$ 35 (cadeiras vermelhas), R$ 40 (cadeiras amarelas).
Outras info.: 3231 1940

Zeudir Queiroz