Até as 17h deste domingo (14), oito pessoas já haviam sido detidas durante as carretadas que aconteceram nesta tarde. Segundo a nota da Secretaria de Segurança Pública do Ceará, a manifestação “viola o decreto estadual de isolamento rígido para conter o avanço da COVID-19 no Estado, pois não se trata de deslocamento essencial”.
Desde o início da tarde, o grupo de manifestantes realiza uma carreata por algumas vias de Fortaleza e chegou a fechar um trecho da avenida Desembargador Moreira, nas proximidades da Assembleia Legislativa do Ceará. Eles protestam contra o decreto de lockdown no Estado, que entrou em vigor no último sábado (13) e deve continuar até, pelo menos, o dia 21 de março.
Nas imagens, é possível ver bandeiras em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que, frequentemente, critica as medidas de isolamento social rígido tomadas por governadores de vários estados brasileiros. Além das buzinas, alguns carros tocam o hino nacional, como aconteceu em outros protestos em apoio ao presidente.
Lockdown no Ceará
Essas manifestações acontecem no segundo dia em que o Ceará volta a enfrentar um lockdown em todos os municípios. O fechamento das atividades e serviços não-essenciais acontece em um contexto de segunda onda da pandemia de covid-19.
A doença vem aumentando rapidamente o número de pessoas internadas com o vírus e reduzindo a quantidade de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfermarias em todo o Ceará.
Neste domingo, dia em que acontece o protesto, a taxa de ocupação nas UTIs marca 93,73%, enquanto as enfermarias estão com 79,59% lotadas. Diversos municípios estão sem vagas para novos pacientes com covid e enfrentam o risco do desabastecimento de oxigênio para os enfermos.
Segundo o diretor do Instituto Ampla, Agliberto Ribeiro, o lockdown, por mais que seja uma medida rígida, é uma decisão importante para diminuir o número de casos da covid-19 e desafogar os hospitais. Ele explica que, sem essa decisão, o cenário da saúde no Estado poderia ser muito pior.
“Certamente teríamos um cenário gravíssimo. Já estamos praticamente ficando com 100% da ocupação de leitos em boa parte dos municípios. Consequentemente, sem atendimento e sem internação, teoricamente teríamos um número alto de óbitos”, explica o especialista.
Fonte: https://gcmais.com.br/noticias/
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