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Obra levará água do volume morto do Pacajus para abastecer Fortaleza

Se não houver recarga, o Pacajus poderá fornecer água por mais seis meses. Açude não era mais usado porque nível baixou demais

Governador Camilo Santana confere água do Pacajus que volta a chegar ao Eixão
Governador Camilo Santana confere água do Pacajus que volta a chegar ao Eixão

Canal de aproximação para alcançar o que restou do espelho d’água, uma estação com quatro bombas e adutora subterrânea até o Eixão das Águas. Foram essas as intervenções iniciadas em outubro no açude Pacajus, que havia deixado de ser usado em julho por não ter mais condições de chegar ao Eixão pelo Canal do Ererê. O sistema foi inaugurado na manhã de ontem pelo governador Camilo Santana. O reservatório volta a abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) como alternativa de segurança hídrica.

O nível atual do açude é de 10,45%, com 24,2 bilhões de litros. A vazão utilizada é de 1,5 mil litros por segundo, o que permite o uso do reservatório pelos próximos seis meses caso não haja recarga, explica Francisco Teixeira, secretário estadual dos Recursos Hídricos. Desde ontem, a água do Pacajus se soma à vazão de 6,5 mil litros por segundo vinda do Castanhão. Assim, são 8 mil litros por segundo chegando ao sistema Pacoti-Riachão-Gavião, que abastece a Região Metropolitana.

A estimativa de seis meses leva em conta o volume atual. Porém, mesmo em tempo de seca, o reservatório costuma ter recarga, ressalta João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). O reservatório está em região que costuma receber mais chuvas, perto do Litoral e do Maciço de Baturité. “O sistema permite que a gente aproveite toda a água. É uma reserva estratégica e que poderia se perder pela evaporação”.

Fortaleza

A ação não estava dentro do Plano de Segurança Hídrica do Governo, mas ajuda a economizar a água transferida dos açudes Orós e Castanhão. Dentro do plano, foi inaugurado esta semana sistema de captação do Gavião e, em novembro, a adutora para usar a barragem do Maranguapinho. Abrangendo outras regiões, as ações incluíram mais de 300 quilômetros de adutoras, cerca de 2 mil poços perfurados e diminuição do uso da água pela agricultura.

O sistema

São quatro bombas, três fixas e uma de reserva, para levar a água do Pacajus até o Eixão das Águas. O eixão interliga o açude Castanhão, no Médio Jaguaribe, ao sistema Pacoti-Riachão-Gavião, na bacia Metropolitana. Segue ainda para o Porto do Pecém.

As bombas do Canal Ererê, que ligava antes o Pacajus ao Eixão das Águas, operavam com 6,7 mil litros por segundo. Com baixa do volume do açude, estão inativas desde julho.

A intervenção no açude Gavião custou R$ 2,3 milhões com recursos do Governo do Estado. Bombas, tubulações e painéis de comando foram reaproveitados da Cogerh. Sem essas alternativas, a estimativa é que a obra custasse entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões.

Fonte: http://www.opovo.com.br/

Zeudir Queiroz