O que se sabe sobre o lockdown em Fortaleza

A partir da sexta-feira (5), Fortaleza deve entrar em um período de 14 dias de isolamento social rígido. Na noite da última quarta-feira (3), o governador Camilo Santana, o prefeito José Sarto e o secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto, anunciaram que a Capital deve ficar em lockdown até o dia 18 de março. “Diante da gravidade da pandemia, que chega a um dos momentos mais críticos, precisamos proteger a vida dos cearenses. E por isso anunciamos um novo Decreto de Isolamento Social Rígido em Fortaleza, a partir da próxima sexta-feira, com funcionamento apenas de atividades econômicas consideradas essenciais. O crescimento de casos têm ocorrido numa velocidade muito grande, acima do processo de abertura de novos leitos, tanto da rede pública quanto na rede privada”, disse o governador do Ceará. Os detalhes deste novo decreto, incluindo a lista de quais serviços e atividades econômicas vão continuar em pleno funcionamento, devem ser divulgados nesta quinta-feira (4). Porém, com base no que já vinha acontecendo nos últimos meses e com informações que já foram divulgadas, é possível desenhar uma parte do cenário que está por vir.

Serviços essenciais

A lista de quais serviços poderão continuar em funcionamento durante os 14 dias de isolamento social rígido ainda não foi anunciada. Mas existem alguns setores que não pararam durante as restrições recentes. São eles: – serviços públicos essenciais; – farmácias; – indústria e construção civil; – supermercados/congêneres; – postos de combustíveis; – hospitais e demais unidades de saúde e de serviços odontológicos e veterinários de emergência; – laboratórios de análises clínicas; – segurança privada; – imprensa, meios de comunicação e telecomunicação em geral; – funerárias. A confirmação dessa lista, porém, só deve acontecer após a publicação do decreto estadual no Diário Oficial do Estado, o que deve acontecer ainda nesta quinta-feira.

Circulação de pessoas

Nos últimos decretos, que instituíram o toque de recolher em Fortaleza, a circulação de pessoas já estava restrita a alguns horários. Agora ela deve voltar a ser proibida, como aconteceu em 2020.

Advocacia

Ainda na noite da quarta-feira (3), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas, solicitou ao Governo do Ceará que a circulação de advogados seja mantida durante o lockdown. O motivo seria a necessidade de que o sistema jurídico continue em funcionamento durante estes 14 dias. “Acabamos que solicitar que conste do novo decreto de lockdown registro expresso de liberdade de circulação da Advocacia, já que pessoas serão presas, estabelecimentos serão fechados e é necessária a atuação de advogadas e advogados!”, escreveu Erinaldo Dantas nas redes sociais.

Bares, restaurantes e serviços de alimentação

Assim como aconteceu no ano passado e durante o período recente de toque de recolher, os estabelecimentos que trabalham com alimentação fora do lar não devem realizar atendimento presencial durante o período de restrições rígidas. Esses locais atenderão apenas por delivery.

Aeroporto

Segundo a Fraport, o Aeroporto Internacional Pinto Martins continua em funcionamento mesmo durante o período de lockdown.

Igrejas

Ainda nesta quinta-feira deve ser decidido sobre o funcionamento das Igrejas e templos durante os próximos 14 dias. Segundo uma nota divulgada pela Arquidiocese de Fortaleza, a instituição vai esperar a publicação do novo decreto para divulgar algum esclarecimento para os fiéis da Capital.

Outros municípios em lockdown

lockdown na capital do Ceará começa só na sexta-feira, mas outros cinco municípios cearenses já estavam passando por restrições máximas há alguns dias: Mombaça, Santa Quitéria, Meruoca, Palhano e Pentecoste. Durante o anúncio das restrições para Fortaleza, o governador Camilo Santana também adiantou que vai recomendar o mesmo para outros municípios que estão em situações de alerta alto ou altíssimo para a transmissão de covid-19. Segundo o IntegraSUS, apenas 4 municípios do Ceará estão fora dessa lista. Isso significa que o estado pode chegar a 180 cidades em lockdown, se for atendido o pedido do governador.

Sistema de saúde em Fortaleza

O motivo desse período de isolamento social rígido na Capital é a situação crítica do sistema de saúde. “A nova variante da Covid-19 é mais forte, mais contagiosa e mais agressiva. Ela se propaga mais rapidamente e o cenário é muito preocupante, gravíssimo”, disse o prefeito José Sarto. Ele também destacou que os atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) já são maiores do que em maio de 2020, quando Fortaleza enfrentou o primeiro lockdown. Segundo os dados do IntegraSUS, 91,2% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para covid-19 na Capital já estão ocupadas. Nas enfermarias o número também é preocupante: 90,38%.
Dez hospitais de Fortaleza já estão com a capacidade máxima de atendimento e não possuem nenhuma vaga de UTI. O Hospital Leonardo Da Vinci, referência no tratamento da covid-19 no Estado e que passou por várias expansões, está com 85% dos leitos ocupados. “Este é um apelo dos profissionais da saúde, para que eles consigam atender a população. É a única forma de proteger as pessoas que amamos”, declarou o secretário da Saúde, Dr. Cabeto. Na noite de quarta-feira (3) o Governo do Ceará divulgou um chamamento público para a contração de estruturas para cinco hospitais de campanha. Serão construídos dois em Fortaleza e os municípios de Sobral, Juazeiro do Norte e Quixeramobim devem, cada um, receber um deles. Fonte: https://gcmais.com.br/
 
Zeudir Queiroz

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