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Uma família grande, peluda e com 4 patas. São cerca de 300 animais, e uma “mãe”: Dona Estela, uma senhora de 60 anos, ex-tesoureira que se aposentou antes do tempo para dedicar sua vida aos gatos abandonados que ocupavam a região da Cidade dos Funcionários, em Fortaleza.
Há 11 anos, surgiu o “Abrigo da Estela“, mas o amor pelos bichanos é antigo. “Sempre amei os animais. Moro nessa região há muitos anos, que sempre teve muitos gatinhos abandonados. Uma senhorinha cuidava deles na própria casa, vivia rodeada de gatinhos, e eu achava aquilo muito bonito. Na época, eu tinha 48 anos e ainda trabalhava. Ela adoeceu, se foi, e eu não podia abandonar os animais. Me aposentei aos 48 anos para me dedicar à eles”.
Dona Estela conta que, com o passar dos anos, a quantidade de gatos abandonados se multiplicou, e como coração de mãe sempre cabe mais um, cachorros também foram bem vindos. Hoje são cerca de 20. A casa virou abrigo, e a senhora, que não tem filhos, luta a cada dia pela sobrevivência dos animais, com apenas um salário minimo em um terreno da Prefeitura. “A gente vive hoje sem saber se vai ter comida para eles amanhã. Não tem um dia que não morra gatos por aqui, morrem 3 a 5 gatos por dia, a gente tenta dar remédio, mas não tem o que fazer”, conta emocionada.
Falta ração, remédios, materiais de limpeza, mas não falta amor. Nem por parte de Dona Estela, nem pelos sete voluntários que agora a ajudam na luta pela causa animal, como Henrique Barreto, voluntário há cerca de um ano. “Sou de Natal, morava em Manaus até 2014, onde eu já me dedicava a causa. Quando cheguei a Fortaleza, conheci alguns abrigos, como o São Lázaro, por exemplo, mas o que me fez entrar no grupo de voluntários do Abrigo da Estela foi por ser um abrigo mais tímido, mas a nobreza da causa é a mesma”.
Além de Henrique e de Dona Estela, os outros seis voluntários tentam atender mais de 300 peludos. “O dinheiro da minha aposentadoria vai todo para os gatos, as pessoas que me ajudam também não têm muitas condições de pagar tudo que é necessário”. Se dedicando como pode, o grupo ajuda com a divulgação nas redes sociais, organização de bazares e arrecadação de dinheiro para a compra de ração, remédios e obras de infraestrutura como gatis, canis, banheiros, comedouros e gaiolas para isolar os animais doentes para tratamento.
“Pedimos doações até de jornais, pois até isso falta. O jornal nos ajuda no trato do dia a dia. Assim como os papeis, sacos de ração de 25 quilos, duram no máximo 4 dias”, conta Henrique.
Para ajudar, os interessados podem entregar as doações a um dos voluntários, combinando o ponto de encontro através de mensagens pela fanpage do Abrigo ou através do telefone: (85) 98713-9744.
O grupo também destaca que para os que moram próximo a Av. Bezerra de Menezes também é possível deixar a ração paga no estabelecimento parceiro do Abrigo, Cantinho da Ração (Av. Bezerra de Menezes, 60 – em frente ao Assai).
Para contribuir com qualquer valor você pode, participar na “Vakinha” organizada pelos voluntários. Criada no ano passado, a campanha arrecadou pelo menos 947 reais.
Também é possível fazer depósito na conta da fundadora do abrigo, a Dona Estela.
Caixa Econômica
Agência: 0920
Conta: 00114047-0
Operação: 013
Cpf:135.268.123-49
Maria Estela Moreira de Souza
O abrigo está localizado no Bairro Parque Dois Irmãos, na Rua do Matadouro, sem número, próximo a Cagece. Henrique convida, e fala que os interessados não deixem conhecer de perto a história de Dona Estela e visitar os peludos. “É muito sofrido, as vezes dá vontade de desistir. Já passei por muita coisa por eles, mas eu paro, penso e sei que se não fosse por tudo isso, eles não estariam vivos. Eu sei que eu não posso desistir”, desabafa emocionada.
Fonte: Tribuna do Ceará.