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Mulher entrega bebê à Polícia

A criança de cinco meses que estava desaparecida desde a noite de sábado foi entregue à Polícia, na manhã de ontem. Quem entregou a criança Gabriely Crescelino de Menezes Costa disse que a mãe, Aretha Crescelino, de 17 anos, teria lhe oferecido a menina para adoção, alegando não ter condições financeiras de mantê-la.

O inspetor da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), Júnior Frias, contou que desde o início das investigações encontrou divergências na versão de Aretha sobre o caso. A equipe da Dececa esteve na praça do Conjunto Polar, na Barra do Ceará, de onde a mãe dizia que a menina havia sido raptada, e conversou com moradores.

Aretha Crescelino continua afirmando que “uma mulher” teria sequestrado sua criança, enquanto ela se abaixou para colocar a sandália de seu outro filho, que acabara de sair de um pula-pula. “Ela está bastante atormentada. Apresentando um comportamento agressivo. Entendemos que isto é normal, diante do que aconteceu”, afirmou a delegada titular da Dececa, Ivana Timbó.

A mulher (identidade preservada) que recebeu o bebê afirmou que seu marido teria visto no noticiário, na manhã de ontem, que a menina estava sendo procurada, e logo informou sobre a confusão causada pela doação da criança.

Mensagens

Segundo ela, há algum tempo, Aretha mantinha contato por mensagens enviadas pelo aplicativo celular WhatssApp para que a adoção fosse concretizada. O inspetor Júnior Farias ressaltou que, diante dos indícios e das conversas que estavam registradas nos celulares das envolvidas, são fortes os elementos que contestam a versão da mãe. “São muitos os motivos que podem ter levado ela a isto, não podemos julgá-la. O fato é que ela não pode estar ao mesmo tempo em dois lugares, e a menina foi entregue no Terminal da Parangaba”, disse o inspetor.

A delegada Ivana Timbó disse, ainda, não haver nenhum indício que aponte que houve alguma transação que envolvesse dinheiro na doação da menina de cinco meses. A titular da Dececa afirmou também que tudo leva a crer que a menina não foi raptada. “Não podemos afirmar nada categoricamente, porque as investigações continuam, mas por enquanto, a versão de que a menina foi doada é mais coerente”.

Ivana Timbó acionou o Conselho Tutelar da área e solicitou que a guarda dos dois filhos de Aretha fique provisoriamente com a avó materna. A delegada afirma que, por enquanto, nenhuma das envolvidas será responsabilizada criminalmente, pois não há caracterização de nenhum delito.

Ao contrário do que foi publicado na edição de ontem, a titular da Dececa afirma que a Especializada funciona durante os fins de semana. De acordo Ivana Timbó, o atendimento é feito na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) durante os plantões. “Os inspetores Júnior e Rebeca estavam nas ruas, como fazem de costume”, declarou a delegada.

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz