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Motoristas pedem a regulamentação do Uber em Fortaleza

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Motoristas que trabalham na ilegalidade têm a consciência de que estão fora da lei. O desejo é de que a Prefeitura de Fortaleza os regularize. Mas, enquanto isso não acontece, continuam a tocar suas corridas diárias.

Uma das cooperativas de táxi amigo mais antigas de Fortaleza chama-se “Os Paulos”, na Cidade dos Funcionários. De acordo com o proprietário, Paulo Afonso Moreira, 200 veículos realizam corridas e um aplicativo que faz a distribuição. “Existe uma carência em nível nacional do transporte público. O transporte complementar vem para suprir essa demanda”, diz.

Ele investiu num call center e um aplicativo para atender os passageiros. Não revela valores. A central de telefonia funciona 24 horas. Para atuar na cooperativa, cobra metade de um salário mínimo por mês como mensalidade para os motoristas. Segundo ele, o diferencial das cooperativas, no comparativo com os aplicativos de táxi (caso do Uber), está no contato humano. “Não passamos apenas um questionário para o motorista. Analisamos a certidão de antecedentes criminais e as condições de uso do carro dele. O objetivo é prezar pela integridade dos passageiros”, ressalta.

Acredita que o espaço pode ser ocupado por todos – táxis amigos e regulamentados pela Prefeitura de Fortaleza. “Existe mercado sim. A população é crescente. Sempre vão existir passageiros para todos”, afirma. No entanto, considera a Uber como uma empresa que explora o motorista. “Meu ponto de vista é que a ferramenta ‘escraviza’ quem está ao volante. Aos poucos se percebe que a promessa de ganhos é esvaziada pela cobrança das tarifas. Não compensa”, critica.

A central “Os Primos”, do empresário Fábio Santos, atua com 100 veículos. Ele diz que o serviço atende bem à demanda de bairros que o táxi regulamentado não cobre. “Nosso cliente fiel são as pessoas que não residem em áreas nobres. Cobrimos onde o táxi comum não chega”, diz. Ao todo, alega ter 67 mil clientes. Destaca que os motoristas querem trabalhar de maneira legal e aguardam um parecer da Prefeitura. “A fiscalização deve existir sim. Mas não queremos trabalhar na ilegalidade. Estou há 13 anos nesse ramo e não quero mais viver me escondendo”, aponta.

Sobre a concorrência, Fábio afirma que a Uber não afeta o serviço. “Eles atuam em áreas mais próximas do Centro e da Aldeota. Nosso raio de atuação é na periferia descoberta”, aponta. Os reais concorrentes são os aplicativo das centrais de táxi regulamentado e da plataforma do Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditaxi). “O táxi regularizado fornece 30% de desconto. Equipara com os nossos preços”, afirma.

Questionado pelo O POVO se veem o táxi amigo como concorrente, a Uber disse que não comentaria sobre o tema.

Números

90mil

reais por mês o que chega a faturar uma grande central de táxi clandestino de Fortaleza

1,08

milhão de reais por ano é a quanto pode chegar o faturamento ao ano

4.882

táxis regulamentados atuam em Fortaleza, além de 10 centrais regulares

Fonte: http://www.opovo.com.br/

Zeudir Queiroz