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Moradora do Conjunto Ceará em Fortaleza tira nota máxima na redação do Enem

A dedicação pela leitura, bem como o gosto pela escrita, deixou a jovem Marília Oliveira de Paula, de 18 anos, perto do sonho de cursar Direito. Moradora do Conjunto Ceará, ela conseguiu tirar 1000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em entrevista ao O POVO Online, ela afirma que, “modéstia a parte, sempre fui uma boa aluna de redação, sempre tirei notas boas, minhas notas nunca foram baixas, sempre tive muito costume de escrever”. Em termos de leitura, a jovem revela ter identificação por histórias de “mundos mágicos” e ficção científica.

Marília. (Foto: Arquivo pessoal)

 

Marília mora com os pais e a irmã mais velha, que está concluindo o curso de Serviço Social. Ela diz que estudou a vida toda no Colégio Luiza Távora – que fica no mesmo bairro em que mora – e, quando concluiu o 3º ano do Ensino Médio, entrou no cursinho intensivo do Colégio Tiradentes, onde conheceu a professora de redação, Camila Linhares.

Segundo a jovem, a profissional lhe abriu um mundo quando a ensinou técnicas para a construção de um texto que até então eram desconhecidas. “Uma das coisas que eu descobri no ano passado são que todos os problemas que você apresentar na construção do seu texto você tem que solucionar. Nas minhas redações anteriores, eu falava muito sobre problemas e não solucionava”, explica Marília.

Marília conta que teve uma rotina exigente de estudos. Ela diz que acordava às 4h30min para tomar banho e café, e estar na parada às 5h. Ela chegava no Tiradetes às 6h20min, uma hora antes dos demais. Nesse tempo livre, escrevia redações para apresentar à professora. Depois, 12h20min, voltava para casa e dava seguimento aos estudos até 22h. Quando passou a ter aulas pela tarde, estudou menos em casa, já que fazia cursos extras de matemática e laboratório.

O resultado deixa Marília com esperanças de ingressar na Universidade Federal do Ceará (UFC). “Eu acredito que sim, estou na espera, numa boa colocação”.

Palavra da professora

A professora Camila Linhares afirma que a dedicação é um ponto forte da jovem. “A frequência dela, tanto nas aulas quanto nos laboratórios (onde o aluno tem atendimento exclusivo do professor), foi determinante, assim como a leitura”, afirma Camila. Ela diz que era frequente ver a estudante com livros na mão. Para a professora, a aula teórica é importante, mas são nos laboratórios que se tem a chance de praticar.

Sobre o tema da redação, “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, ela explica que, apesar da especificidade e de o cursinho não ter abordado exatamente a questão, os alunos fizeram redações referentes à inclusão social. “Mencionamos a questão de surdos e de cegos, mas não foi trabalhada essa temática”. No entendimento da professora, os alunos têm um repertório vasto. Ela relatou que tiveram outras notas satisfatórias, como 940, 960 e 980.

Fonte: www.opovo.com.br/

Zeudir Queiroz