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Ministério do Turismo afirma que toda a orla do Ceará está limpas; Ibama diverge e aponta praia com mancha

O Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divergem sobre situações de praias com manchas por óleo no litoral do Ceará. De acordo com o Ministério do Turismo, nesta segunda-feira, 4, não há mais poluição por óleo nas praias do estado cearense. Ao contrário do Ministério, o último relatório do Ibama ainda aponta para uma praia com manchas em Fortim, no Ceará. Em planilha publicada no dia 3 de novembro pelo site do Ibama, a praia de Pontal de Maceió aparece com manchas.

PRAIA DA SABIAGUABA em processo de limpeza (Foto: Fabio Lima)

Ainda no documento, outras quatro praias seguem com alguns vestígios, sendo elas Praia de Sabiaguaba e Praia do Futuro, em Fortaleza; Paracacuru, em Paracuru; e Lagoinha, em Paraipaba.

Das 19 praias que já foram atingidas por manchas de óleo, 13 já estão limpas, sendo elas: Prainha, em Aquiraz; Canoa Quebrada, Cumbe, Majorlândia e Quixaba, em Aracati; Bitupitá em Barroquinha; Barra de Sucatinga e Morro Branco em Beberibe; Caponga e Barra Nova, em Cascavel; Praia de Barreiras, em Icapuí; Malhada, em Jijoca de Jericoacoara; Praia de Taíba, em Paraipaba; e Praia de Quitérias, em São Gonçalo do Amarante.

Até este domingo, 3, de acordo com levantamento feito pelo Ibama, foram contabilizadas aproximadamente 4 mil toneladas de resíduos de óleo retirados das praias nordestinas. O descarte desse material é feito pelas secretarias de Meio Ambiente dos estados.

Gerente de Análise e Monitoramento da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Gustavo Gurgel detalha que ainda podem aparecer resquícios do óleo trazidos pela deriva litorânea. “Mas, no geral, podemos dizer que as praias não têm mais óleo novo e que foram limpas”, ratifica.

O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA) do Governo Federal, formado pela Marinha do Brasil, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama, contabiliza, porém, que muitos municípios litorâneos nordestinos permanecem com vestígios de óleo e ações de limpeza em andamento. São elas Maragogi, Japaratinga, Barra de São Miguel, Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu, em Alagoas; Sarney, Atalaia, Artistas, Náufragos, Abaís e Aruana, em Sergipe; Quartel, Rio Vermelho, Pituaçu, Stella Maris, Flamengo, Cairu, Busca Vida e Jauá-Japonês, na Bahia. O boletim é divulgado diariamente.

A empresa responsável pelo derramamento de óleo que atingiu o litoral nordestino poderá pagar multa de R$ 50 milhões, além de indenizações a pescadores e donos de pousadas. Ainda em investigação, a Polícia Federal aponta o navio Bouboulina, de bandeira grega, como o causador do vazamento. Embarcação é de propriedade da empresa Delta Tankers, que havia atracado na Venezuela e seguido para Singapura em julho.

A limpeza

A limpeza das praias é efetuada do nascer ao pôr do sol, diariamente, “contando com a expressiva participação de voluntários”, como diz a nota. Ate o momento, mais de 8.370 militares, 27 navios e 14 aeronaves atuam na operação.

O ICMBio disponibilizou à Marinha redes de pesca apreendidas em suas operações que, após a doação, foram distribuídas às colônias de pescadores de Caravelas, Alcobaça, Prado, Nova Viçosa e Mucuripe, na Bahia, com objetivo de serem empregadas para a contenção de possíveis resíduos oleosos.

Fonte: O Povo Online

 

Zeudir Queiroz