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Mercado de trabalho na RMF perde ritmo

No sétimo mês de 2013, a taxa de desemprego registrou leve declínio, passando de 8,5%, em junho, para 8,4%

Com redução no patamar de crescimento do nível ocupacional, relativa estabilidade na taxa de desemprego e perda de vagas com carteira assinada na mesma proporção em que aumentaram os postos de trabalho informais, o mercado de trabalho da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) mostrou em julho que está perdendo ritmo, influenciado pela conjuntura econômica desfavorável do momento.

Em números absolutos, o total de desempregados em julho somou 152 mil – duas mil a menos em relação ao mês anterior (154 mil) FOTO: MARÍLIA CAMELO

No sétimo mês de 2013 a taxa de desemprego total experimentou leve declínio, passando de 8,5%, em junho, para os atuais 8,4% da População Economicamente Ativa (PEA).

Em números absolutos o total de desempregados somou 152 mil pessoas – duas mil a menos em relação ao mês anterior (154 mil), correspondendo a uma retração de 1,3%. Na comparação com julho do ano passado, porém, o contingente de desempregados reduziu em 13,6%, com menos 24 mil trabalhadores na fila do desemprego.

O total de ocupados chegou a 1,66 milhão em julho, significando duas mil ocupações a mais na comparação com junho desse ano (1,65 milhão) ou alta de 0,1% no mês. Face a julho de 2012 (1,63 milhão), o número de ocupados contabilizou acréscimo de 24 mil pessoas, com incremento de 1,5%.

´Letargia´

Os dados são relativos a edição de julho da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada ontem por técnicos do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Mesmo afirmando que o mercado de trabalho da RMF está passando por uma fase de “letargia” (sonolência) para justificar a perda de ritmo, o analista de mercado do IDT, Mardônio Costa, observa que o cenário ainda é favorável. “Estamos repetindo uma estabilidade que é comum nesse período, entre os meses de junho e julho. Além disso estamos num patamar de desemprego bem inferior aos anos anteriores. Essa é a menor taxa de desemprego do mês de julho desde 2009. Temos um quadro de relativa estabilidade nos últimos 12 meses”, diz.

O que não evoluiu, segundo ele, foi a desigualdade histórica entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

Desigualdade

A taxa de desemprego feminino em julho (10,2%) foi 3,4 pontos percentuais superior a taxa de desemprego deles no respectivo mês (6,8%). “Nos últimos 12 meses a queda no desemprego foi observada mais fortemente entre os homens do que para as mulheres, mostrando que elas são mais expostas ao desemprego do que os homens. Dos 152 mil desempregados na RMF no mês passado, 68 mil são homens e 84 mil são mulheres”.

Rendimentos

Em junho, os rendimento médios reais dos ocupados e assalariados, na RMF, avançaram 0,7% e 1%, respectivamente, frente a maio, chegando a totalizar R$ 1.089,00 e R$ 1.151,00. No setor privado, o rendimento médio real cresceu 0,8% para os ocupados. Já no setor público houve 1% de redução no mês.

Serviços: 6 mil novas vagas

Na avaliação por setor de atividade econômica, o aumento dos postos de trabalho em julho ocorreu com mais ênfase no setor de serviços, que gerou 6 mil novas vagas e teve alta de 0,8% em relação ao mês anterior, somando 787 mil ocupados. Em seguida, o segmento do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas contribuiu com a criação de mil novos postos de trabalho, representando 0,3% de expansão e totalizando 394 mil ocupações em julho de 2013 na RMF. Em contrapartida, a indústria de transformação eliminou duas mil vagas (-0,6%) entre junho e julho ficando com 307 mil vagas, enquanto a construção civil não apresentou variação, permanecendo com os mesmos 143 mil postos.

Assalariados

Entre os assalariados, o total de ocupados no setor privado com carteira assinada reduziu de 718 mil, em junho, para 716, em julho. No mesmo período, o contingente de ocupados sem carteira na iniciativa privada, em Fortaleza, cresceu de 181 mil para 183 mil pessoas, indicando uma redução no ritmo do processo de formalização. “O mercado de trabalho nesse últimos dois meses, em junho e julho, está refletindo o contexto geral da economia, que tem inflação em alta, o câmbio valorizado”. (AC)

ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz