Médicos anunciam paralisação nesta terça-feira (8) em protesto contra programa do governo federal

Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec)está recomendando que os profissionais do Estado interrompam as atividades entre as 15h e as 16h desta terça-feira (8). O ato faz parte do dia nacional de protesto contra o programa Mais Médicos, convocado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), com apoio de sindicatos estaduais de todo o País. Sindicato quer a opinião pública a favor dos médicos. Foto: Honório Barbosa Entretanto, segundo o presidente do Simec, José Maria Pontes, independente do horário da paralisação, “o importante é tirar um hora do dia para conversar com os pacientes sobre as dificuldades das condições de trabalho da categoria, sem prejuízo no atendimento” disse. A recomendação vale para os médicos dos setores público e privado. Estão previstas paralisações parciais do atendimento em vários estados, além de marchas e protestos nas ruas. A mobilização ocorre no mesmo dia em que a medida provisória do programa Mais Médicos entra na pauta de votação da Câmara dos Deputados. De acordo com José Maria Pontes, a intenção é “fazer um protesto de maneira responsável”, disse. O presidente do Simec afirmou ainda que o Governo Federal está colocando a opinião pública contra os médicos, e os protestos são uma forma de reverter a situação. “Vamos procurar ganhar a população”, completou. “Esse programa vai se desmoralizar por si mesmo”, diz José Maria Pontes Com relação à votação da medida provisória do programa, Pontes admitiu que a aprovação é certa. Contudo, os sindicatos continuarão lutando contra o “Mais Médicos”. “Eles ganharam a batalha, mas não a guerra”, disse. “Não vamos calar diante do caos da saúde pública. Esse programa vai se desmoralizar por si mesmo quando a população precisar de um atendimento mais especializado”, afirmou. José Maria Pontes ressalta que o problema da saúde no Brasil não se resolve apenas com médicos. “Tem que ter estrutura”, finalizou. Em uma “carta de alerta à população brasileira”, a Fenam chama o programa do governo federal que tem trazido profissionais estrangeiros para atuar no país de “grande farsa” e afirma que ele é “de cunho circunstancial e coincidente com o período das eleições de 2014”. As principais críticas da categoria são à dispensa da exigência de revalidação dos diplomas dos estrangeiros e à inexistência de direitos trabalhistas para os profissionais que participam do programa, que oferece uma bolsa de R$ 10 mil, sem contrato de trabalho. A Fenam afirma reunir 53 sindicatos médicos, representando 400 mil profissionais. Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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