Depois de conversar com o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), na semana passada, sobre temas nos quais “o PT não entrou”, o senador Eunício Oliveira (PMDB) receberá, em Brasília, na próxima semana, a prefeita Luizianne Lins (PT) “para falar de política”. O encontro foi solicitado pela própria petista, por meio de um telefonema e, garante Eunício, as conversas, por enquanto, são para manter a aliança governista, o que ele chama de “Plano A”. Hoje, ele se reúne, em Pentecoste, com lideranças do PMDB.
Eunício Oliveira admitiu ter passado um longo tempo conversando com o governador Cid Gomes, inclusive sobre as eleições em Fortaleza, no gabinete de Brasília, mas assegurou que nenhum nome foi colocado para a discussão sobre a disputa pela Prefeitura, nem do PSB, nem do PMDB. Ao ser questionado sobre se no encontro com o governador falaram da aliança com o PT, o senador adiantou: “Nós só vamos falar sobre o PT quando o PT estiver na conversa”.
O senador cearense também garantiu que não existe Plano B para as eleições em Fortaleza, pois acredita que o assunto ainda precisa ser discutido com calma, mas disse que o PMDB quer participar das mesas de negociações e revelou, durante a entrevistam, que não há porque haver uma decisão unilateral sobre a indicação de um partido para disputar a Prefeitura, pois segundo ele, as outras legendas do bloco também têm nome forte.
Ao deixar claro que Fernando Bezerra, presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), não é mais da cota do PMDB na Prefeitura de Fortaleza, Eunício disse que os embates envolvendo o nome do gestor e de parlamentares do partido não incomodam de maneira nenhuma a legenda, justificando que essas “questões administrativas não têm nada a ver com as questões políticas”.
Justiça
Desde a semana passada, devido a decisão da Justiça de suspender novamente a licitação para serviços de iluminação pública em Fortaleza, de R$138 milhões, devido a acusações de concorrência direcionada a uma empresa, deputados e vereadores do PMDB criticam a gestão municipal lembrando que Fernando Bezerra foi indicado pelo partido apenas para o primeiro mandato de Luizianne Lins.
O senador Eunício Oliveira fez questão de declarar que nunca brigou por cargos. “Eu não faço política de forma subalterna e não levo nada para debaixo da mesa nem do tapete” e reafirmou que Fernando Bezerra não representa o PMDB na Prefeitura. “A política para mim é projeto, não é participação”, destacou ao dizer que Bezerra foi mantido no município por ter agradado a prefeita Luizianne.
Satisfeito com a gestão municipal, Eunício Oliveira disse ainda que não tem o que reclamar da administração da Presidente Dilma Rousseff, como fizeram dezenas de deputados federais ao assinarem carta em protesto ao tratamento que o PMDB vem recebendo da Presidência. “Essa inquietação nacional é natural em ano eleitoral, quando (parlamentares) começam a visitar mais as bases e receber demandas. Mas eu, sinceramente, não tenho aproximação com esse movimento chamado rebelde na Câmara dos Deputados”, revelou.
Orientação
Eunício Oliveira disse que conhece algumas posturas de poucos senadores do PMDB que, segundo ele, decidiram “não querem seguir a orientação dos líderes constituídos”. Quanto a sua posição, o senador fez questão de afirmar que só tem o que comemorar: “Eu não tenho nenhuma insatisfação, só tenho motivos para ter satisfação. Não tenho nada a reclamar ou reivindicar da Presidente Dilma Rousseff”, ressaltou.
Em relação às votações do Senado Federal, onde ele preside a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), Eunício Oliveira avisou que, até o fim de junho deste ano, está previsto para chegar ao colegiado um anteprojeto sobre a Reforma do Código Penal, texto que servirá de base para a elaboração da matéria com as mudanças a serem discutidas no Congresso Nacional.
Do Diário do Nordeste
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