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IFCE: servidores em greve paralisam atividades nos campi de todo o Ceará

IFCE - Fachada - Campus FortalezaOficialmente em greve desde quinta-feira, 23/7, os servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), os trabalhadores suspenderam as atividades nos campi da instituição espalhados por todo o Ceará. Reunidos no Campus Fortaleza, na Av. 13 de Maio, 2081, em ato de instalação oficial do Comando Geral de Greve da categoria, na tarde de quinta, representantes de 17 campi e da Reitoria do IFCE relataram alta adesão à greve, nas diferentes unidades, reforçando a pauta de reivindicações.
 
Entre elas, a revogação dos cortes de recursos do Governo Federal para a educação, o respeito ao direito à jornada de 30 horas para os servidores técnico-administrativos, contra a precarização e as consequências da expansão acelerada do Instituto, reajuste salarial linear de 27,3%, por mais democracia e participação da comunidade acadêmica e a garantia de recursos para custeio das atividades acadêmicas e para assistência estudantil.
 
Fortaleza, Quixadá, Baturité, Sobral, Acaraú, Aracati, Maracanaú, Tauá, Umirim, Tabuleiro do Norte, Tianguá, Crateús, Jaguaribe, entre outros campi, além da Reitoria do IFCE, contaram com servidores participando da reunião desta quinta-feira, quando foi oficialmente instalado o Comando Geral de Greve. O Comando definiu o calendário de atividades de luta para a primeira semana de greve, as principais reivindicações a serem destacadas e os próximos passos do movimento. Também foi debatida a necessidade de manter em funcionamento parte das atividades do Instituto, sem prejuízo para a sociedade nem para o legítimo movimento grevista dos servidores, decidido na assembleia geral da última sexta-feira, 17/7, por iniciativa dos próprios trabalhadores.
 
Na reunião do Comando Geral de Greve, os participantes deliberaram pela realização da seguinte agenda de atividades iniciais do movimento grevista: Sexta, 24/7, 10h – Atividade na Reitoria (casa da Rua Soriano Albuquerque); Sábado, 25/7, 8h – Atividade no Campus Umirim; Segunda, 27/7, 14h – Reunião das assistentes sociais, na sede Associação dos Servidores do IFCE (ASSETECE); Quarta, 29/7 – Atividades nos campi Crateús e Tauá, com um grupo de servidores, enquanto outro grupo participa de atividades nos campi Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte; Quinta, 30/7, 15h – Debate às 15h no Campus Fortaleza, sobre questões de gênero e opressão; Sexta, 31/7, 14h – Campus Fortaleza, Portaria do Aluno – Próxima reunião ampliada do Comando Geral de Greve.
 
Orientações aos servidores em greve
 
A reunião do Comando Geral de Greve dos servidores do IFCE definiu orientações aos servidores sobre utilização de livro de ponto paralelo em cada campus e na Reitoria (para registro da participação dos servidores, durante o movimento paredista, e como medida preventiva contra possíveis tentativas de corte de ponto pela administração do Instituto), instalação dos Comandos Locais de Greve e divulgação e debate pelos servidores, em todos os campi, do Informativo do Sindicato com perguntas e respostas sobre a greve.
 
Com grande participação, os servidores lotaram a Portaria do Aluno do Campus Fortaleza, nesta quinta-feira, dando informes de ampla adesão à greve, em cada campus, e apontando desafios e demandas locais, de cada unidade do Instituto. O Sindicato distribuiu informativo de perguntas e respostas e presta orientações caso a caso, com a participação do assessor jurídico Caio Gomes.
 
Motivações e reivindicações
 
Para o servidor David Montenegro, integrante da Diretoria Colegiada do Sindicato dos Servidores do IFCE (SINDSIFCE), a greve demonstra a insatisfação e a disposição para lutar contra os cortes federais no orçamento da educação, pela jornada de 30 horas, por respeito à comunidade acadêmica, por melhores condições de trabalho e por mais democracia, participação e qualidade nas atividades do Instituto
 
“Os servidores do IFCE se somam ao movimento grevista nacional, já deflagrado no âmbito do Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica”, aponta David Montenegro.  “O contexto nacional de corte de recursos da educação, pelo Governo Federal, se somou à insatisfação já existente há muito tempo, entre os servidores do IFCE, pela precarização da instituição, pelas consequências da expansão acelerada e sem os devidos investimentos, pelo desrespeito ao direito à jornada de trabalho de 30 horas, pela insuficiência de pessoal e de estrutura, pela falta de democracia e de participação no dia a dia da instituição”, acrescentou.
 
Contexto da greve
 
A greve no IFCE acontece após votação favorável à deflagração do movimento paredista pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), ocorrida durante a 132ª Plenária Nacional, realizada nos dias 4 e 5/7, em Brasília-DF.
 
Em todo o País, o corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento, anunciado pelo governo Dilma Rousseff, faz com que o sucateamento de serviços públicos e a precarização das condições de trabalho se aprofundem ainda mais. Tal conjuntura tem levado trabalhadores das mais diversas categorias a encamparem fortes campanhas salariais ou deflagrarem greve, como acontece no Serviço Público Federal. Além do SINASEFE, ANDES-SN, FASUBRA, FENAJUFE, FENASPS e CONDSEF também já contam com greves já aprovadas pela base e/ou em curso.
 
Mobilização no Ceará
 
No Ceará, a luta contra o pacote de ajustes do governo federal e as medidas conservadoras aprovadas pelo Congresso Nacional, vem ganhando corpo entre as categorias, com destaque para as greves dos trabalhadores rodoviários e da construção civil que, após forte mobilização, conseguiu arrancar, dos patrões, importantes reivindicações em suas campanhas salariais. Na educação, os servidores do IFCE vêm imprimindo forte participação nos debates que acontecem nas unidades e durante assembleias gerais da categoria.
 
Entre os estudantes do Instituto, o processo não é diferente. Preocupados com as condições de funcionamento e assistência estudantil que garanta a permanência nas unidades de ensino, discentes de diversas unidades – como Canindé, Jaguaribe e Sobral – têm protagonizado importantes mobilizações, contra os cortes no orçamento que atinge várias esferas, entre elas, a realização do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid).
Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz