Hospital do Câncer: Pacientes reclamam de atraso no tratamento em Fortaleza

Sessões de radioterapia seriam adiadas devido a problemas nas máquinas; direção do hospital nega

Hospital do CâncerPacientes que submetem ao tratamento de radioterapia do Hospital Haroldo Juaçaba, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), no bairro Porangabuçu, relatam casos de sessões desmarcadas e adiadas devido a problemas nas máquinas utilizadas para o procedimento. Um homem em tratamento contra o câncer, que preferiu não ser identificado, informou que teve o procedimento de radioterapia adiado três vezes. De acordo com ele, o problema se deu por conta da manutenção dos equipamentos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais com feixe de radiações ionizantes em uma dose calculada e busca erradicar estas células com o menor dano às normais. Para que o efeito seja o desejado, a dose de radiação deve ser fracionada em doses diárias iguais. Ou seja, para quem está no combate contra o câncer, qualquer dia sem a sessão de radioterapia pode gerar prejuízos irreparáveis. Os pacientes conversavam entre si enquanto uma enfermeira fazia a chamada pelos nomes. Uma mulher informou que naquela manhã o tratamento ocorria de forma normal, mas que quando existia a manutenção, atrasava ou era cancelado. “A minha sessão, marquei na semana passada. É todo dia no mesmo horário. Mas pode ocorrer de atrasar”, comentou a senhora que esperava pela sessão de radioterapia nos corredores do hospital. Uma mulher que acompanhava o pai, em tratamento contra o câncer há quatro meses, confirma os atrasos. “Quando entra em manutenção, eles ligam para avisar e, no dia, a pessoa não vem. Mas no dia seguinte vem. O problema maior que a gente passou aqui foi no começo, pois tem que apresentar todos os exames. Demorou muito”, explicou a senhora, que se identificou apenas como Ruth. No setor de marcação de consultas, a presença maior era de idosos, pessoas usando máscaras de proteção e casais. Dois voluntários faziam a chamada das pessoas, mas preferiram não conversar com a reportagem. Oscilação De acordo com a diretoria do ICC, há muita oscilação de energia no hospital, o que atrapalha o funcionamento dos aparelhos que, após desligados por conta das variações, podem apresentar problemas. O superintendente médico do ICC, Reginaldo Costa, nega que os pacientes fiquem sem atendimento. “São cinco equipamentos de radioterapia que funcionam diuturnamente para atender os pacientes, e temos um terceiro turno, inclusive. E em casos excepcionais, entrando na madrugada”, explica. Ainda segundo o superintendente, são 22 mil atendimentos por mês no ICC. “A unidade atende toda a população do estado do Ceará em número expressivo. Não temos relato de equipamento que tenha apresentado manutenção corretiva ou preventiva que tenha prejudicado o atendimento de algum paciente. Esse paciente que está em uma fila acaba sendo redirecionado a outro equipamento, mas não tem perda no tratamento”, garante o médico. O ICC informou que existe a demanda para que um sexto equipamento seja implantado nos próximos meses para melhorar o atendimento. Por dia, são cerca de mil atendimentos, entre radioterapia, quimioterapia e consultas. O número de cirurgias é estimado entre 5 mil e 6 mil no ano de 2014. Além do atendimento da Capital e do Interior, o superintendente médico ressalta que a unidade de saúde também recebe pacientes de outros estados próximos, como Piauí e Pará, por ser uma referência no tratamento. Mais informações Hospital Haroldo Juaçaba – Instituto do Câncer do Ceará (ICC) Rua Papi Júnior, 1222 – Rodolfo Teófilo (85) 3288.4400 Jéssika Sisnando Especial para Cidade Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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