Às cinco da manhã da última sexta-feira, o grupo de homens, que vestiam coletes e tentaram se passar por policiais, pararam em frente ao edifício, que fica numa área nobre do Cocó
Menos de 24 horas depois das mortes dos chefes do PCC Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, cinco homens armados tentaram invadir condomínio de classe média alta no bairro Cocó. No 13º andar do prédio, moraria o mandante dos assassinatos de Gegê e Paca, que se entregaria à Polícia no mesmo dia. O POVO Online opta por não divulgar o endereço do prédio.
Às cinco da manhã da última sexta-feira, o grupo de homens, que vestiam coletes e tentaram se passar por policiais, pararam em frente ao edifício, que fica numa área nobre do Cocó. Lá, interfonaram e disseram ao porteiro que teriam um mandado de busca e apreensão para uma das unidades do prédio, a 1302. Desconfiado, o porteiro teria perguntado se eles eram da Polícia Federal ou Civil e acionado reforço da própria segurança interna do condomínio. Os homens, então, teriam dito que voltariam depois.
No mesmo dia, o porteiro comunicou o ocorrido ao morador da unidade que seria alvo do suposto mandado de busca e apreensão. O homem, que vivia num dos apartamentos com a esposa e filhos, resolveu se entregar à Polícia. Segundo fontes que acompanham a investigação, ele teria ordenado o assassinato de Gegê e Paca na última quinta-feira. Os corpos dos dois traficantes, que chefiavam o PCC no País, foram encontrados numa reserva indígena em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Moradores do prédio no Cocó confirmaram a informação de que homens armados teriam tentado invadir o prédio ainda na sexta-feira. O POVO Online apurou que o apartamento 1302 não tem registro de inquilino. O imóvel, mesmo alugado, permanecia no nome do proprietário.
De acordo com Ministério Público e Polícia Civil, a principal linha de investigação é de que Gegê e Paca teriam sido mortos por seus próprios seguranças como represália, numa briga interna do PCC. Os dois chefes do tráfico, que eram foragidos da Justiça paulista, estavam no Ceará desde o ano passado, onde passavam férias com a família. Aqui, eles tinham alugado apartamentos em condomínios de luxo em Aquiraz e Eusébio, de onde saíam para passeios em parques aquáticos e praias do litoral cearense, deslocando-se em um helicóptero particular – o mesmo que teria sido utilizado para o crime.
No condomínio onde moravam Gegê e Paca, em Aquiraz, o clima é de medo. “Estavam morando há três meses aqui. Todas as pessoas desconfiavam deles. O apartamento não era no nome deles, era de ‘laranja’. E tinham muitos carros de luxo. Mas ninguém podia dizer nada. Afinal, eram moradores”, disse um inquilino que pediu para não se identificar. “Graças a Deus levaram eles. Estamos todos com medo.”
Gegê e Paca tinham vida nababesca no Ceará. Junto com os corpos, por exemplo, foram encontrados objetos no valor de quase meio milhão de reais. Segundo fontes ligadas à investigação, eles haviam escolhido o Estado pela facilidade de se deslocaram anônimos e porque precisavam encontrar os filhos e esposas durante as férias escolares.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirma a prisão de um homem em um condomínio no Cocó, mas sem qualquer “relação com os dois corpos encontrados, no município de Aquiraz, na última sexta-feira (16)”. A pasta também afirma que não tem detalhes sobre tentativa de invasão do prédio por grupo armado. A SSPDS agendou para hoje à tarde coletiva de imprensa para divulgar outras informações sobre a ação policial realizada ontem.
Fonte: www.opovo.com.br/
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