Greve de Ônibus: População de Fortaleza deve buscar opções de transporte

 Cerca de 1,2 milhão de pessoas que dependem do transporte público para se locomover em Fortaleza deve ser prejudicado pela paralisação. Um total de 24 linhas de vans vão operar normalmente FOTO: NATINHO RODRIGUES

Cerca de 1,2 milhão de pessoas que dependem do transporte público para se locomover em Fortaleza deve ser prejudicado pela paralisação. Um total de 24 linhas de vans vão operar normalmente
FOTO: NATINHO RODRIGUES
Após sucessivas tentativas de negociação sem êxito, a greve dos motoristas de ônibus tem início hoje em Fortaleza, por tempo indeterminado. No intuito de minimizar os impactos da paralisação para os milhares de usuários de transporte público da Capital, a Justiça do Trabalho emitiu liminar, na noite de ontem, determinando que pelo menos 60% da frota de coletivos esteja nas ruas nos horários de pico. Nos demais horários, de acordo com o documento, no mínimo 40% dos veículos devem circular. Entretanto, quem quiser evitar transtornos deve procurar outros meios de transporte. Até o fechamento desta edição, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) afirmou não ter sido notificado sobre a decisão. A liminar foi proferida pelo desembargador Jeferson Quesado Júnior, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 7ª Região, após requerimento do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). Os percentuais estabelecidos no documento foram inferiores aos solicitados pela entidade – 80% da frota nos horários de pico e 60% no restante do dia. De acordo com a decisão judicial, por se tratar de uma atividade essencial, sindicatos, trabalhadores e empregadores estão obrigados a garantir a prestação dos referidos serviços, de modo a não prejudicar a população. A multa diária para o descumprimento da medida é de R$ 10 mil. Prejudicados Com o início da greve, 1,2 milhão de pessoas que dependem do transporte coletivo para locomoção devem ser prejudicadas. Uma das alternativas para driblar a paralisação é utilizar o sistema de transporte complementar da Capital, que opera de forma regular nesta terça-feira. Um total de 24 linhas de vans circula diariamente, conforme informações da Etufor. A Linha Sul do Metrô de Fortaleza também deve funcionar em sua normalidade, no horário de 6h30 a 19h. O transporte poderá ajudar apenas os passageiros que fazem percursos entre o município de Pacatuba e o Centro de Fortaleza, passando por bairros como Parangaba e Benfica. Os bilhetes custam R$ 2,40 a inteira e R$ 1,20 a meia. Quem tem condições de arcar com as despesas do transporte particular pode recorrer a táxis e mototáxis. Desde o último dia 12 de junho, os táxis trabalham com nova tarifa. Após reajuste, o valor da bandeirada subiu para R$ 4,26 e os preços do quilômetro rodado passaram para R$ 2,13 na Bandeira 1 e R$ 3,20 na Bandeira 2. Já nos mototáxis, o valor das corridas é acordado entre os condutores e os clientes. As bicicletas compartilhadas do Bicicletar são outra opção. São 40 estações na Capital, cada uma com 12 equipamentos. Para utilizar o serviço, é necessário estar cadastrado no site. Usuários do Bilhete Único podem usar as bicicletas gratuitamente. Os demais devem alugar passes diários, mensais ou anuais. Em nota, o Sindiônibus informou que as empresas programaram a circulação de 100% da frota para esta terça-feira. Caso os trabalhadores não compareçam às garagens, serão colocados em prática os percentuais acordados na decisão judicial. “Acreditamos que não haverá adesão total dos funcionários, mas, se for preciso, vamos trabalhar com os percentuais”, afirmou o advogado da entidade, Cleto Gomes. A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) declarou, por meio da assessoria de comunicação, que não irá se pronunciar. Por e-mail, a reportagem questionou se o órgão realizaria esforços para evitar transtornos. Não houve resposta. Também foi perguntado se haveria policiamento nos terminais de ônibus. Segundo o Sindiônibus, uma liminar emitida em abril deste ano proíbe os motoristas de fazer manifestações em um raio de até 200 metros dos terminais ou das garagens das empresas.. Mais informações Caso haja preços abusivos por parte de taxistas, o usuário pode reclamar à Etufor, pelo número (85) 3452.9318 ou ao Decon, pelo número (85) 3452.4516 Vanessa Madeira/Thiago Rocha Repórteres Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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