Entre as respostas que o governador pode dar no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, está a adoção do “lockdown” em Fortaleza e região metropolitana, que concentram casos da doença no Ceará
O governador Camilo Santana (PT) apresenta hoje novo pacote com medidas mais duras de combate à pandemia da Covid-19 no Ceará. As ações foram discutidas e preparadas após série de reuniões ontem, da qual participou o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT).
“Diante do grave avanço do coronavírus, entrarão em vigor medidas mais rígidas, principalmente em Fortaleza”, reiterou Camilo pelas redes sociais nessa segunda-feira, 4, dois dias após antecipar que renovaria o decreto de isolamento pela quarta vez.
Além do prefeito, reuniram-se virtualmente com o petista os chefes da Casa Civil, Élcio Batista, da Secretaria da Saúde do Estado, dr. Cabeto, da Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, o procurador-geral do Estado, Juvêncio Viana, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT).
Entre as possíveis mudanças no endurecimento contra a doença, está a adoção do “lockdown”, modalidade que inclui bloqueio de divisas entre municípios com objetivo de reduzir o fluxo de pessoas e de veículos nas ruas e a criação de protocolos rígidos de acesso a estabelecimentos, como supermercados e farmácias.
Publicado em 20 de março, o decreto estadual que instituiu o distanciamento social e determinou a suspensão de atividades não essenciais no Ceará expira nesta terça-feira, 5.
No último sábado, 2, em entrevista no Palácio da Abolição, Camilo anunciou que prorrogaria o documento e empregaria resposta mais firme contra a disseminação do novo coronavírus, que já contaminou mais de 11 mil habitantes e matou 712 até agora.
Nesse mesmo dia, o governador descartou flexibilizar a quarentena em Fortaleza, ainda que sob pressão de parte do setor produtivo para liberar a volta ao trabalho, e admitiu que o “lockdown” estava sob análise.
Em conversa com O POVO no último domingo, o presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, defendeu o bloqueio em Fortaleza e sua região metropolitana a fim de impedir a expansão do surto da doença para o Interior.
Prefeito de Cedro, Diniz informou que a cidade registrou no fim de semana o seu primeiro caso da enfermidade. Ele teme que a infecção se espalhe pelo restante do Estado, já que o trânsito da Capital para outros municípios segue alto, apesar do decreto que reduziu transporte.
Para o dirigente da Aprece, que representa prefeitos do Estado, o “lockdown” é a única solução que pode ser tomada num momento de crescimento exponencial do número de contágios e de óbitos em Fortaleza.
Essa alternativa, porém, impõe uma série de estudos de operacionalização, com a instalação de barreiras e controle policial nos trechos entre as cidades. Um contingente de segurança pública precisaria ser deslocado para assegurar que a determinação seria cumprida, impedindo que os bloqueios sejam furados, tal como já vem acontecendo com a recomendação de distanciamento social.
Todas essas alterações e estudos passaram pelo crivo de técnicos da Saúde do Estado, entre os quais o próprio titular da Sesa, a quem cabe avalizar as propostas para atenuar o impacto na rede de UTIs cearense.
Fonte: O Povo Online
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