A atenção dos feirantes da rua José Avelino e adjacências saiu das mercadorias e clientes para a presença de numerosos fiscais da Prefeitura, agentes de trânsito, guardas municipais e alguns policiais na manhã de ontem. O efetivo ocupou a região para que a feira terminasse às 10 horas da manhã. E, poucos minutos antes do prazo final, barracas começaram a ser desmontadas, mercadorias guardadas e muita reclamação sendo feita. A partir de agora, a feira deverá respeitar os horários estabelecidos: das 19 horas das quartas e sábados até as 7horas das quintas e domingos. O comércio poderá ocupar o espaço da rua José Avelino, rua Icó e no terreno localizado embaixo do viaduto próximo à feira.
O cenário na avenida Alberto Nepomuceno era bem diferente daquele relatado pelo O POVO na última segunda, quando a feira do domingo ultrapassou os limites físicos da rua José Avelino e dos galpões e ocupou calçadas e faixas da avenida. Na época, O POVO não encontrou fiscais ou guardas municipais nas proximidades.
Na manhã de ontem, uma sirene dava o sinal de que era hora de desmontar as estruturas. Muitos comerciantes reclamavam do encurtamento do período de trabalho, uma vez que a feira costuma adentrar a tarde.
Jéssica Teixeira trabalha há três anos vendendo roupas e alegou que a operação foi de surpresa. “Passaram aqui ontem (sábado), entregando uns panfletos que dizia o horário que a feira teria que acabar. Não deu tempo de avisar aos clientes, aos ônibus que vêm de outras cidades com compradores. Aqui é uma humilhação todo dia. Ninguém resolve”, reclamou com as roupas já empacotadas.
Trabalho a ser feito
Segundo o titular da Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor), Régis Dias, a operação teve início no primeiro dia de trabalho da gestão e contou com diversas reuniões, por isso, os feirantes dizerem que não sabiam dos novos horários é injusto. “Eu exorbitei na democracia. Chega um momento que temos que tomar uma atitude. Fizemos uma ação negociada que a cidade já estava pedindo há muito tempo. Estamos iniciando um processo”, comentou. Ele indicou que a ação foi exitosa e permitiu a livre circulação ao longo da avenida Alberto Nepomuceno, como nas calçadas da Catedral e do Mercado Central.
O secretário explicou que o diálogo continua em busca de uma solução definitiva para realocar os feirantes em um local com estrutura adequada. Segundo ele, já exstem opções sendo trabalhadas.
Para o mototaxista Marcone Carneiro, dois quarteirões poderiam ser fechadas no sábado e domingo para permitir o trabalho dos feirantes. “Fecham rua para festa, mas para os trabalhadores não”, disse, lembrando que muitas famílias dependem da feira.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Feira na rua José Avelino é questão antiga para o Centro. Com a falta de organização, ambulantes ocupavam calçadas, canteiros centrais e vias. Ação conjunta dispersou mais cedo os comerciantes e, a partir de agora, feira só até 7 horas.
Serviço
Contatos da ouvidoria da Sercefor
Telefone: 3226 5059
E-mail: ouvidoriasercefor@gmail.com
Do O Povo
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