Eleições 2024

Conta de energia do cearense cairá 18,05%

O percentual varia em todas as distribuidoras do País. As maiores reduções serão no Rio Grande do Sul

Para alguns economistas, a redução na fatura da energia virá apenas para compensar novos aumentos que virão, como o da gasolina FOTO: DIVULGAÇÃO

Após o anúncio feito na última quarta-feira, pelo governo Federal, de que a redução média da conta de energia para consumidores residenciais, em todo o País, será de 18%, já a partir da próxima fatura, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou ontem, que o desconto nas contas da Companhia Energética do Ceará (Coelce) será um pouco maior: 18,05%.

Apesar da aproximação com a média nacional, há 42 distribuidoras brasileiras, de um total de 63, com um corte superior ao oferecido para os 3,07 milhões de clientes cearenses atendidos pela empresa local. Os destaques ficaram nas conta das gaúchas Nova Palma, com um desconto de 25,94%, e na AES Sul, com redução de 23,62%, entre outras cinco, que também aparecem na lista com percentuais acima de 19%. Nenhuma delas operam na região Nordeste.

Segundo a Aneel, a variação no desconto está ligada ao fim da cobrança de encargos na conta de luz para subsidiar programas do governo, entre eles o que garantia financiamento para geração de energia por fontes alternativas e outros. O valor dos subsídios era dividido entre os consumidores da distribuidora onde os recursos eram aplicados.

Haverá economia?

Ainda que a presidente Dilma Rousseff venha anunciando o corte da conta de energia como uma excelente oportunidade para que o brasileiro sinta um alívio em seu bolso, não é bem assim que a medida vem sendo encarada pelo economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alexandre Canalini.

Para ele, a redução é, na verdade, uma maneira de “compensar” alguns aumentos que estão por vir, como o da gasolina, que, em 2013, deve sofrer uma alta de 5%. “Quem anda de carro ou de transporte público, vai ser impactado, por causa desse aumento do combustível. Além disso, o País vem sofrendo uma pressão inflacionária muito forte, impulsionada principalmente pela alta de alimentos, item básico no orçamento do consumidor”, avalia Canalini.

O economista Ënio Area Leão reconhece que a inflação tem dado sinais de descontrole nos últimos anos, mas acredita que o desconto será, sim, sentido pelo brasileiro. “Há muitos preços no Brasil que são mais altos do que deveriam ser, mas não há como corrigir tudo ao mesmo tempo. Então, esse tipo de medida já é um bom começo”, pondera.

Fim de fevereiro

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, é só a partir do fim de fevereiro que os consumidores brasileiros vão passar a sentir o efeito total da medida.

Isso acontece porque as 63 distribuidoras do país fecham em datas diferentes a leitura dos relógios que apontam o consumo de energia pelos clientes. Para grande parte dos brasileiros, o efeito da medida na conta que será recebida no mês de fevereiro vai ser parcial. A partir de 25 do próximo mês, será completo.

Faxina

Para o professor de educação financeira Reinaldo Domingos, não haverá economia se as famílias brasileiras não se reorganizarem. “O dinheiro que deixará de ser gasto na conta acabará sendo gasto em outra coisa, se não houver planejamento. É preciso aproveitar o momento para fazer uma faxina no orçamento e cortar despesas desnecessárias e, assim, ter um impacto significativo no bolso capaz de, quem sabe, realizar algum sonho da família”, sugere.

A Coelce informou que não se pronunciará até a Aneel publicar o regulamento oficialmente.

Do Diário do Nordeste

 

Zeudir Queiroz