O primeiro dos júris do caso onde 11 pessoas morreram em série de supostas abordagens policiais iniciou nesta terça-feira (20). Crimes ocorreram em novembro de 2015 na periferia de Fortaleza.
O primeiro dia de julgamento da Chacina do Curió, nesta terça-feira (20), foi marcado por relatos de testemunhas e sobreviventes da matança, que deixou 11 mortos em 2015, na Grande Messejana, em Fortaleza. A mãe de uma das vítimas também foi ouvida. O júri iniciou na manhã desta terça, e seguiu até a noite.
De acordo com o Ministério Público do Ceará, os crimes foram motivados por vingança pela morte do soldado Valtemberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto, no Bairro Lagoa Redonda.
O primeiro a ser ouvido foi um dos sobreviventes da chacina. Ele foi o único que saiu vivo do maior episódio de matança. O jovem estava com quatro amigos, e todos morreram. Ele relatou que dois carros, sem identificação, pararam e mandaram os jovens ficarem de joelho voltados para a parede e com mão na cabeça — momento em que sofreram várias agressões.
Conforme o depoimento, os supostos policiais entraram na rua utilizando carros, e gritavam “Cadê? Cadê?” com relação ao policial morto antes da chacina. Como não sabiam responder, foram alvejados pelos homens. O sobrevivente perdeu o movimento do braço esquerdo e do cotovelo, além de 70% da mão.
A segunda pessoa ouvida também é sobrevivente. Ele relatou que estava em casa com os dois filhos e a ex-companheira quando ouviu uma jovem gritar que o irmão dela havia sido baleado. Ele saiu de casa e viu corpos mortos no chão.
Ele conta que foi abordado depois, também por ocupantes de veículos, mas conseguiu pular do carro. O sobrevivente foi lesionado com um tiro na perna esquerda nas costas e cabeça. Perdeu movimento da perna. Os supostos policiais acharam que ele tava morto e foram embora.
Um terceiro sobrevivente, também ouvido nesta terça, disse que havia terminado o expediente na pizzaria onde trabalhava, no Bairro Barroso, quando foi abordado por ocupantes de dois carros, que questionavam também sobre o policial morto. Ele estava acompanhado de outro rapaz; ambos não sabiam responder às perguntas dos supostos policias. Os dois foram baleados, e só ele sobreviveu.
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